Um relatório das Nações Unidas responsabiliza o príncipe regente da Arábia Saudita pela morte do jornalista e ativista Jamal Khashoggi.
Segundo a investigadora Agnes Callamard, relatora especial da ONU para execuções extrajudiciais, “Khashoggi foi vítima de uma execução extrajudicial deliberada e premeditada, pela qual o Estado da Arábia Saudita é responsável, ao abrigo da legislação internacional dos direitos humanos.”
A relatora esteve na Turquia, onde teve acesso a provas recolhidas pelas autoridades turcas e concluiu que existem “provas credíveis que apontam para a responsabilidade das mais altas autoridades da Arábia Saudita, incluindo o príncipe herdeiro, que justificam mais investigação”.
Callamard recomenda que sejam aplicadas sanções internacionais que incluam o Príncipe Herdeiro e os seus bens pessoais, até que ele consiga provar que não teve qualquer envolvimento, tal como o regime saudita sempre tem afirmado.
Jamal Khashoggi foi detido por agentes sauditas no consulado do Reino na Turquia, no passado dia 2 de outubro, quando lá se deslocou para tratar de documentos relacionados com o seu casamento. Foi assassinado e o seu corpo desmembrado, depois enviado para fora do edifício, para um local indeterminado.
Khashoggi era um conhecido crítico do regime da Arábia Saudita e colunista do Washington Post. O seu assassinato gerou uma onda de controvérsia internacional.