Uma decisão histórica: foi aprovado, esta quarta-feira, pela primeira vez, uma transição global energética progressiva dos combustíveis fósseis, na COP28, a cimeira climática ambiental, que acontece no Dubai.
Depois de dias de negociações, que levaram inclusive a adiar o encerramento da cimeira, a COP28 chegou a um consenso histórico, numa transição que deverá começar já nesta década.
O apelo para acelerar a ação nesta década foi uma exigência da União Europeia e de muitos outros países.
O documento propõe mencionar todos os combustíveis fósseis, principais responsáveis pelas alterações climáticas, numa decisão a adotar por todos os países.
O primeiro rascunho do texto dos Emirados Árabes Unidos (EAU), na segunda-feira, causou polémica porque não apelava para "uma saída" dos combustíveis fósseis, cuja combustão desde o século XIX é largamente responsável pelo atual aumento das temperaturas globais de 1,2°C em relação à era pré-industrial.
O consenso foi então alcançado na madrugada desta quarta-feira, depois de ter sido apresentado pela presidência da COP28, um novo documento atualizado, que apela "à transição dos combustíveis fósseis nos sistemas de energia, de forma justa, ordenada e equitativa, acelerando o processo nesta década, crucial, para que seja alcançada a neutralidade do carbono em 2050 de acordo com as recomendações científicas”
"Qualquer acordo é tão bom quanto a sua implementação. Somos o que fazemos, não o que dizemos. Temos de transformar este acordo em ações tangíveis. Se nos unirmos, poderemos ter um efeito profundo em todos os nossos futuros", apelou.
António Guterres, secretário-geral da ONU já reagiu na rede social X à decisão.
“Quer gostem ou não, a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis é inevitável. Esperemos que não chegue demasiado tarde”, pode ler-se