Os dadores de sangue devem voltar a ter direito à dispensa laboral no dia da dádiva, reivindicou hoje a federação portuguesa que os representa, alertando que o país perdeu 40 mil dadores regulares entre 2011 e 2021.
"A autorização para os dadores se ausentarem das suas responsabilidades laborais a fim de darem de sangue, sem que tal circunstância determine a perda de quaisquer direitos ou regalias, é uma situação que urge recuperar", salientou o presidente da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES), Alberto Mota.
No dia que se assinala o Dia Mundial do Dador, a federação defendeu que esta dispensa de serviço, que foi retirada em 2011, deve ser reposta através de uma alteração.
Segundo a organização, que representa 82 associações de dadores no país e está presente em todo o território nacional, a Assembleia da República aprovou, em 2012, o Estatuto do Dador de Sangue, mas "manteve essa lacuna" na legislação.
"Entre 2011 e 2021 perderam-se cerca de 40 mil dadores regulares, número que é verdadeiramente preocupante e que tem um forte impacto na disponibilidade de sangue nos serviços de saúde", alertou Alberto Mota, citado no comunicado.
Além desta redução do número de dadores, são também "relativamente frequentes as quebras dos stocks de sangue a nível nacional", adiantou ainda a FEPODABES, para quem a atual situação deve "levar os decisores políticos a refletir".
A FEPODABES recordou também que são necessárias cerca de mil unidades de sangue todos os dias, razão pela qual é "necessária a mobilização da sociedade" para esta causa.
Para assinalar o Dia Mundial do Dador de Sangue, a federação realiza, no próximo domingo, uma sessão comemorativa, onde vai homenagear os dadores com mais de 75 dádivas efetuadas.