O primeiro-ministro, António Costa, deixou claro, segunda-feira, no parlamento, que a privatização da TAP está dependente na manutenção do "hub" em Lisboa.
Afinal, o que é um "hub" aeroportuário?
Um "hub" é um aeroporto que uma determinada companhia aérea usa como plataforma giratória de voos, ou seja, um ponto de conexão entre várias voos para que essa mesma companhia possa transferir passageiros.
Vamos imaginar: um voo proveniente do Brasil transporta passageiros que têm como destino final Paris. Em vez de um voo direto, esses passageiros passam, no caso da TAP, por Lisboa, sendo transferidos para outro voo da mesma companhia para a capital francesa. Neste caso, o tempo de espera num "hub" é mais reduzido.
O aeroporto de Lisboa tem capacidade para permanecer como "hub"?
A existência de um "hub" obriga a um desempenho muito eficiente de um aeroporto, até porque isso implica um movimento de operação muito intenso em determinados períodos do dia. Não é, por isso, de estranhar que há muitos anos ouvimos falar da necessidade de um novo aeroporto em Lisboa.
Por que razão António Costa quer manter o "hub" da TAP em Lisboa?
Porque considera estratégico para a economia portuguesa. Para além dos passageiros e dos turistas que pode trazer para Portugal, a TAP pode servir de companhia chave para o transporte de mercadorias.
Há ainda outra questão: manter a TAP com sede ou baseada em Lisboa paga Segurança Social e impostos em Portugal.
Haverá possibilidade de a TAP ser comprada e deixar de ter o "hub" em Lisboa?
Há, mas o interesse de outras companhias em adquirir a companhia poderá passar justamente por garantir o "hub" de Lisboa. Porquê? Porque garante desde logo ligações já estabelecidas a África e à América do Sul. Poderá conquistar uma boa fatia desse mercado.
Quais são as companhias interessadas?
Lufthansa e KLM – Air France. Também a Iberia já manifestou interesse sendo que no caso desta ficaria com a grande fatia do mercado sul americano pois juntaria o Brasil às rotas de todos os restantes países da América Latina.
Mas a verdade é que o PR vetou o diploma da privatização da TAP. Porquê?
Marcelo pede justamente a capacidade de acompanhamento e intervenção do Estado numa empresa estratégica como a TAP e pede transparência em toda a operação.
O primeiro-ministro já respondeu e garante que só vai vender a TAP se o hub de Lisboa de mantiver, garantindo a importância estratégica da TAP para o país.