Marcha pela escola pública convoca milhares de pessoas de todo o país
18-06-2016 - 10:28

No domingo, no Porto, será a vez dos colégios privados na manifestação do Movimento Em Defesa da Escola Ponto, em protesto contra os cortes de financiamento.

Milhares de pessoas são esperadas este sábado no Marquês de Pombal, em Lisboa, pela Federação Nacional dos Professores, no arranque da Marcha em Defesa da Escola Pública, que a organização quer como "marcha da diversidade" e de "todas as cores".

"É uma marcha da diversidade. Não é uma marcha de uma cor só, é uma marcha de todas as cores, é uma marcha da diversidade e da democracia e, quando assim é, acho que vai ser uma festa em torno da escola pública, que bem merece que as pessoas a saúdem e que a defendam", afirmou à Lusa o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.

A iniciativa, que tem na Fenprof um dos principais promotores e organizadores, foi convocada no final de maio, numa altura em que os colégios privados, com contrato de associação, se desdobravam em acções diárias para contestar a anunciada redução do número de turmas financiadas pelo Estado em estabelecimentos particulares, já a partir do próximo ano lectivo.

Mário Nogueira sublinhou, no entanto, que esta "não é uma marcha contra ninguém, nem contra o ensino particular e cooperativo". "É, pois, em defesa da escola pública de matriz democrática (de qualidade, para todos, inclusiva e gratuita) que muitos milhares de portugueses e portuguesas desfilarão em Lisboa, unindo as suas vozes num só clamor", lê-se num comunicado divulgado pelos promotores da iniciativa.

A petição a pedir a defesa da escola pública, que a Fenprof entregou na Assembleia da República, e que teve entre os primeiros subscritores nomes como os músicos Sérgio Godinho, Fausto e Pedro Abrunhosa, o poeta Manuel Alegre, a autarca Helena Roseta, a historiadora Raquel Varela ou o catedrático Santana Castilho, reuniu mais de 71 mil assinaturas.

A Fenprof não quer, no entanto, comprometer-se com números sobre as expectativas de participação na marcha deste sábado.

Há três comboios especiais organizados para trazer manifestantes do norte do país, e estão programados vários autocarros a partir de todas as capitais de distrito em direcção a Lisboa.

Esta iniciativa recolhe o apoio de toda a esquerda parlamentar. Na passada semana o PS apelou, em comunicado, à participação na marcha. Entretanto, Bloco de Esquerda, PCP e PS anunciaram a sua presença no evento, com as confirmações de Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e de uma delegação deputados socialistas.

A marcha tem início pelas 14h30, com uma concentração no Marquês de Pombal, onde a organização prevê ter algumas intervenções públicas, entre as quais a da ex-secretária de Estado Ana Benavente e do secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos. O desfile segue depois pela Avenida da Liberdade até terminar no Rossio.

A educação vai marcar o fim-de-semana com acções em defesa da escola pública e pelos colégios privados. No domingo, no Porto, está marcada mais uma manifestação do Movimento Em Defesa da Escola Ponto, em protesto contra os cortes de financiamento dos colégios privados.