Seis anos depois do incêndio de Pedrógão Grande, continua a não haver rede de telemóvel em muitas localidades da região.
O alerta é da Associação de Vítimas que assume preocupação com os muitos idosos que vivem isolados e que, numa emergência, poderão não ter capacidade de fazer uma chamada telefónica a pedir socorro.
No dia da inauguração oficial do memorial de homenagem às vítimas dos fogos de 2017, Dina Duarte deixa um apelo na Renascença:
“Que as redes de telemóveis, que as redes móveis, funcionem na casa dos meus vizinhos, que são mais idosos e que se precisarem do SOS, é bom que o telemóvel tenha rede.”
A presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande diz-se preocupada, porque “a população é cada vez mais envelhecida e obviamente é necessário que as telecomunicações funcionem”.
Dina Duarte lamenta que a associação “continue a reclamar e do outro lado parece que é tudo surdo. É que ninguém ouve. É um suplício”. “Como é que é possível não ter rede dentro de casa?”, questiona e exemplifica: "neste momento, para estar a falar [ao telemóvel] com a Renascença, eu estou num local que eu sei que, à partida, tenho rede. Porque, se eu me mexer meio metro ou um metro, se calhar perco a rede. Isto não pode ser uma realidade”.
“Inclusivamente, às vezes, comentamos uns com os outros que parece até que está pior do que 2017”, conclui a responsável.
Depois da polémica sobre as ausências no passado dia 17 de junho, Presidente da República e Governo vão estar esta terça-feira na abertura oficial do memorial de homenagem às vítimas do incêndio de Pedrógão Grande. A presidente da Associação de Vítimas lamenta o “frenesim” sobre essas ausências. Dina Duarte diz que “para homenagear os que partem, nunca é tarde” e que “quem estiver está. Quem não estiver, não está. O que importa é que os que estejam, o façam de coração”.
A presença do chefe de Estado está, no entanto, condicionada pela “hora de chegada de Palermo”, em Itália, onde Marcelo participa hoje na reunião da COTEC Europa.