O jurista João Diogo Manteigas confessa estranheza com a insistência de John Textor em avançar para a aquisição de 25% da SAD do Benfica e elogia a "prudência" da Direção do clube em vetar-lhe a entrada.
Em comunicado emitido esta sexta-feira, a Direção do Benfica anuncia que usará o seu poder de veto à operação acordada entre o empresário norte-americano e o acionista José António dos Santos, conhecido como "Rei dos Frangos" e arguido no âmbito da operação "cartão vermelho". Em declarações a Bola Branca, João Diogo Manteigas aprova a tomada de posição do clube encarnado perante alguém que "não percebe, ou não quer perceber, o que se está a passar, aos dias de hoje, com o Benfica".
"Acho que ele [Textor] não entendeu a gravidade daquilo por que a Benfica SAD e o Benfica, clube, estão a passar a nível judicial. Esta abordagem deste investidor é típica americana, por experiência própria é assim que eles são. Parece-me que vai ter de ter alguma calma. [Vetar a entrada de Textor na SAD] revela alguma prudência, da parte do Benfica, em relação ao que se está a passar", argumenta o jurista.
Veto à concorrência
Para bloquear a entrada de John Textor na SAD, o Benfica usa o poder de veto contra entidades concorrentes. João Diogo Manteigas explica que a justificação se baseia no facto de o empresário norte-americano ter "vários negócios que são vistos como concorrentes" com o da SAD.
O jurista não deixa de mostrar estranheza com a insistência de John Textor em fazer negócio num período tão turbulento do Benfica.
"Um acionista que quer investir prefere até que as coisas se resolvam, que a poeira assente e que haja mais estabilidade no instrumento em que quer investir do que estar a querer já avançar para o investimento, quase que forçando. Portanto é um bocado estranho", admite Manteigas.