Novo espaço da JMJ aberto à comunidade. ​"Queremos que aqui todos se sintam em casa"
22-09-2022 - 06:57
 • Ângela Roque

Para estudar, conviver, trabalhar ou rezar, os jovens de Lisboa têm um novo espaço: a sede do Comité Organizador Diocesano da Jornada Mundial da Juventude vai ser inaugurada esta quinta-feira. A funcionar todos os dias até à meia-noite, vai ter tertúlias e concertos, mas também momentos de oração, e a ideia é “chegar a todos”.

A partir desta quinta-feira, todo o rés-do-chão do edifício onde está instalado o Comité Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa vai ser a sede do Comité Organizador Diocesano (COD). A inauguração está marcada para as 19h00, com missa, seguida de churrascada e animação, lê-se no convite.

A nova “casa” está preparada para acolher os jovens já envolvidos e os queiram juntar-se na preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ2023). No novo espaço vão poder estudar ou trabalhar, conviver ou participar em momentos de oração, à semelhança do que acontece em centros juvenis ou universitários.

João Clemente, responsável pelo COD Lisboa e pelo Serviço de Juventude do Patriarcado, conversou com a Renascença sobre o novo espaço, que espera que muitos queiram conhecer, e garante que a preparação para a JMJ já está “em alta velocidade”.

Que importância tem esta inauguração da sede do COD de Lisboa?

A grande relevância deste espaço que vamos inaugurar é poder ser um espaço de preparação para a Jornada Mundial da Juventude.

Todo este piso (rés-do-chão) da sede da Fundação JMJ, no Beato, o que se deseja é que este seja um espaço em que os jovens possam sentir-se em casa, e as propostas que vão acontecer aqui ao longo do ano são precisamente propostas para os jovens poderem estar uns com os outros, conviver, conversar, celebrar, fazer um acompanhamento.

A ideia é poderem sentir este espaço como um espaço de encontro e de convívio, sempre neste caminho de preparação para a JMJ.

É uma espécie de centro juvenil ou universitário?

Sim. O horário de funcionamento é muito alargado, para garantir que os jovens possam vir a qualquer hora do dia ou fim de semana. Vamos estar abertos de segunda a sábado, entre as 10h00 da manhã e a meia-noite, e ao domingo, das 15h00 à meia-noite.

Isto permite aos jovens que queiram vir para cá estudar, quem está em teletrabalho, e há várias atividades à noite e durante o fim de semana para que os jovens que estudam de manhã possam vir cá à tarde.

É um Centro Juvenil, podíamos dizer dessa maneira. O grande convite que gostava de fazer é mesmo que todos os jovens venham aqui a esta SEDE, conhecer este espaço, querer saber mais sobre JMJ, e que sintam que esta é a sua casa.

Os jovens podem aqui estudar e conviver, mas podem também fazer uma preparação pastoral, de fé e espiritualidade, tendo como meta a Jornada Mundial da Juventude?

Sim, temos várias propostas, uma delas a ‘Welcome JMJ’. A ideia é que qualquer pessoa que queira saber mais sobre a Jornada possa vir aqui, nós fazemos uma apresentação da JMJ, como é que está a ser feita a preparação, as várias direções e as várias áreas em que as pessoas podem ser voluntárias e trabalhar.

Depois temos outras propostas, como a ‘Late Night JMJ’, que será todos os sábados à noite. São propostas culturais, de convívio, podem ser tertúlias, miniconcertos ou ‘quizzes’. O momento de sábado à noite será sempre um ponto de encontro de jovens, um momento de convívio e partilha.

Mas, há também momentos específicos de oração?

Não queremos tirar os jovens das paróquias, mas queremos poder chegar a muitos que não estão ligados às paróquias e podem fazer uma experiência de fé e espiritualidade neste espaço.

Haverá eucaristia todas as quintas-feiras às 19h00 e ao domingo às 9h00 da noite, aberta a qualquer pessoa que queira vir, não é exclusivo para os jovens. Claro que o nosso público-alvo são os jovens, mas não é fechado aos jovens.

Haverá sempre cá alguns padres com quem os jovens podem conversar, podem confessar-se, e temos ainda a proposta do ‘Terço às 13’, que é no dia 13 de cada mês a oração do Terço. São algumas das propostas nesta dinâmica do aprofundamento espiritual.

Temos também uma preocupação grande de que este espaço possa ser um espaço de acompanhamento vocacional, porque muitas vezes os jovens querem perceber qual é que é o seu lugar na vida da Igreja e na vida da sociedade. Então, no primeiro sábado de cada mês teremos um ‘Retiro de Silêncio’, dinamizado pela Pastoral Vocacional da diocese, e haverá outras propostas para as pessoas poderem parar e pensar na sua vida, poderem rezar.

A proposta da SEDE - como lhe chamamos -, tem cinco grandes pilares: fé, convívio, estudo, vocação e cultura. E cultura pode ser desde a música ao teatro, à fotografia. Alguns grupos de jovens vieram cá ajudar a preparar este espaço como a sua casa, puderam limpar, arrumar, fazer mudanças, e pedimos a um ‘grafitter’ que decorasse este espaço, para o tornar mais próximo dos jovens.


Já falta menos de um ano para a JMJ. Este espaço vai ajudar a dinamizar mais tudo o que é preciso fazer e preparar até lá?

Neste momento já não é possível parar o comboio! A preparação da JMJ já está em alta velocidade, todas as direções, equipas de trabalho e projetos estão a avançar.

Há muitos jovens envolvidos na preparação da Jornada, mas queremos chegar a muitos outros que ainda podem entrar neste comboio de preparação, o que não falta é trabalho para as pessoas poderem fazer.

É o responsável pelo COD e também pelo Serviço da Juventude do Patriarcado…

Que neste momento são uma única realidade. Com a abertura deste espaço o Serviço de Juventude lança também uma nova imagem, mais unificada e que possa congregar aquilo que é a tradição do Serviço da Juventude - uma marca junto dos jovens da diocese - com esta identidade do COD Lisboa, como Comité Organizador Diocesano.

Temos uma nova página, um novo site, as nossas redes sociais no Facebook e no Instagram também têm uma nova imagem, para que as pessoas percebam que estamos a falar da Jornada Mundial da Juventude, deste caminho do COD Lisboa, mas também que isto aparece numa continuidade daquele que é o Serviço da Juventude.

E sente os jovens mobilizados para este grande evento que vai acontecer no próximo ano?

Sinto, e isso vê-se por todas as atividades e dinamismo que por todas as paróquias da Diocese já se sente, com os comités paroquiais e vicariais, que têm desenvolvido um trabalho espetacular de preparação para a JMJ.

Mas, não podemos esquecer aqueles que não estão nestas estruturas paroquiais, e acho que este é o grande desafio. A comunicação já está a ser feita e trabalhada no sentido de mostrar que a JMJ é para todos, não é exclusivamente para aqueles que já têm um caminho feito dentro das paróquias ou dos movimentos.

Mas, quando as inscrições abrirem [em outubro], com uma visibilidade maior da Jornada na nossa sociedade, vai ter de se reforçar que a JMJ é aberta a todos. Isso é mesmo muito importante.