Grécia e Itália desesperam com calor e incêndios, mau tempo faz estragos na Suíça e França
25-07-2023 - 12:10
 • Isabel Pacheco com agências

Uma vaga de calor extremo está a fazer-se sentir por estes dias no sul da Europa, enquanto mais a norte a chuva e o vento já provocaram pelo menos um morto e dezenas de feridos.

Na Grécia, é esperada a partir desta terça-feira uma nova onda de calor com temperaturas máximas que poderão atingir os 44 graus Celsius. Segundo a agência meteorológica nacional grega (EMY), em Atenas os termómetros deverão atingir os 41 graus.

As temperaturas muito elevadas surgem após um fim de semana de calor intenso, e vão manter-se na quarta-feira, antes de uma descida prevista de até 5 graus Celsius a partir de quinta-feira.

De acordo com os especialistas do EMY, trata-se possivelmente da onda de calor mais longa algum dia registada naquele país. Já no domingo, a temperatura chegou aos 46,4 ºC em Gythio, na península do Peloponeso, no sul do país.

Para além da onda de calor, a Grécia enfrenta uma série de incêndios que, no espaço de uma semana, já obrigaram a evacuar várias cidades e a retirar milhares de pessoas, incluindo ao redor da capital.

Os fogos que atingem as ilhas de Rodes, no mar Egeu (sudeste), Corfu, no mar Jónico (noroeste) e em Eubeia, uma grande ilha a leste de Atenas são, nesta altura, as situações que mais preocupam as autoridades gregas.

Em Rodes, o fogo, que lavra pelo oitavo dia consecutivo, obrigou no fim de semana passado a uma operação de retirada de pessoas. No norte de Corfu, cerca de 2.500 pessoas tiveram de ser retiradas durante a noite de domingo para segunda-feira.

Também o sul de Itália está a ser atingido por fortes incêndios. Na ilha de Sicília, as chamas obrigaram, durante a manhã desta terça, ao encerramento do aeroporto de Palermo que, entretanto, foi reaberto mas com restrições.

Alimenusa, Gangi, Blufi, Misilmeri, Cefalù Bolognetta, Santa Flavia, Villabate, Partinico, San Cipirrello e Corleone são as cidades já atingidas pelos incêndios. Nalguns dos casos foi mesmo necessário evacuar casas, com outras a serem consumidas pelas chamas.

Um estudo da rede científica World Weather Attribution (WWA) divulgado esta manhã aponta que estas vagas de calor seriam "praticamente impossíveis" sem as alterações climáticas, que trazem consigo não só o aumento da temperatura à superfície da Terra, mas também a multiplicação de fenómenos meteorológicos extremos como aquele que está a fazer-se sentir na Suíça e em França nos últimos dias.

No norte da Suíça é o mau tempo que está a deixar um rasto destruição, com registo de pelo menos um morto e dezenas de feridos desde ontem, na sequência de uma forte tempestade que atingiu uma cidade nas montanhas de Juro, perto da fronteira com França.

A tempestade atingiu, sobretudo, a cidade de La Chaux-de-Fonds, deixando um rasto significativo de destruição.

Vários veículos e casas ficaram danificados. A rede ferroviária e os serviços de autocarros também foram afetados.

A mesma tempestade chegou entretanto ao território francês. A província de Doubs foi a mais afetada, havendo registo de dezenas de casas afetadas pelo mau tempo.