A ADSE está a deixar de comparticipar os internamentos de longo prazo no privado a doentes que precisem de cuidados continuados.
De acordo com a edição deste domingo do “Jornal de Notícias”, desde fevereiro que beneficiários e familiares de doentes com internamento prolongado em hospitais privados estão a ser contactados para encontrarem uma alternativa.
O problema é que a alternativa que existe, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados do Serviço Nacional de Saúde tem, segundo o JN, uma lista de espera de mais de 800 doentes.
A comparticipação de internamentos longos no privado custa em média seis mil euros por mês, por beneficiário, e segundo Eugénio Rosa, do Conselho Diretivo da ADSE, isso cria um quadro de grande injustiça, uma vez que a ADSE apenas paga 300 euros por mês, no máximo, a beneficiários a quem dá apoio social por internamento em lares, por exemplo.
"Uns têm uma comparticipação de seis mil euros por mês e outros têm uma comparticipação máxima de 300 euros. É uma situação de injustiça que se regista na ADSE e que tem de ser corrigida, devendo ser baseada em critérios clínicos. Os que precisam de internamento médico-cirúrgico devem continuar a ser comparticipados, os que precisam de cuidados continuados, isso é da responsabilidade do Estado e da Rede de Cuidados Continuados", explica, em declarações à Renascença.
"Uma quantidade substancial desses beneficiários precisam é de cuidados continuados e não de médico-cirúrgicos. Temos entidades que têm mais de 30 beneficiários dessa natureza, alguns há vários anos", conclui, explicando que esta situação custa cerca de 20 milhões de euros por ano ao subsistema de saúde.
Esta é uma das medidas apontadas para controlar a despesa da ADSE e que consta do recente estudo sobre sustentabilidade do subsistema de saúde dos funcionários públicos.
[Notícia atualizada às 15h14]