O Papa Francisco canonizou este domingo vários sacerdotes, religiosas e um leigo de várias nacionalidades, entre os quais o missionário francês Charles de Foucauld, morto na Argélia por tuaregues, e o carmelita e jornalista holandês Titus Bandsma, morto pelos nazis.
“Os nossos companheiros de viagem, hoje canonizados, viveram a santidade abraçando com entusiasmo a sua vocação, gastaram-se pelo Evangelho, descobriram uma alegria sem par e tornaram-se reflexos luminosos do Senhor na história”, disse o Papa, na homilia da celebração.
Francisco convidou todos os cristãos a seguirem o exemplo dos novos santos, avisando, no entanto, que cada caso é um caso, porque cada pessoas é amada singularmente por Deus.
“Não há santidade de fotocópia”, disse o Papa.
“O ideal de santidade não está fundado em nós mesmos, no heroísmo pessoal, na capacidade de renúncia, nos sacrifícios feitos para se conquistar um prémio. Deste modo fizemos da santidade uma meta inacessível, separamo-la da vida de todos os dias, em vez de a procurar e abraçar na existência quotidiana, no pó da estrada, nas aflições da vida concreta."
Referindo-se aos novos santos, o Papa recordou que “amar significa servir e dar a vida, isto é, não colocar os próprios interesses em primeiro lugar; desintoxicar-se dos venenos da ganância e da preeminência; combater o cancro da indiferença e o caruncho da auto-referencialidade, partilhar os carismas e os dons que Deus nos concedeu”.
Poestriormente, durante o "Regina Coeli", Francisco disse ser "belo constatar que estes santos, com o seu testemunho evangélico, ajudaram ao crescimento espiritual e social das respetivas nações e de toda a família humana".
"Enquanto, tristemente no mundo, crescem as distâncias, aumentam as tensões e as guerras, que os novos santos inspirem soluções conjuntas e vias de diálogo, especialmente no coração e na mente dos que desempenham cargos de grande responsabilidade e são chamados a serem protagonistas de paz e não de guerra", disse ainda o Papa.
Os novos santos são Titus Brandsma (1881-1942), padre carmelita mártir; Lazzaro detto Devasahayam (1712-1752), leigo mártir; César de Bus (1544-1607), padre; Luigi Maria Palazzolo (1827-1886), padre; Giustino Maria Russolillo (1891-1955), padre; Charles de Foucauld (1858-1916), padre; Marie Rivier (1768-1838), religiosa; Maria Francesca di Gesù Rubatto (1844-1904), religiosa; Maria di Gesù Santocanale (1852-1923), religiosa; Maria Domenica Mantovani (1862-1934), religiosa.