Rodrigo Guedes de Carvalho: "Adoro Lisboa, mas sofro de uma 'Nortandade'"
25-11-2024 - 20:30
 • Maria João Costa

“Matarás um culpado e dois inocentes” é o novo livro de Rodrigo Guedes de Carvalho. Em entrevista à jornalista Maria João Costa, no Festival Utopia, o escritor/jornalista fala do processo de escrita, da musicalidade das letras, da paixão pelas pessoas e do sentimento de pertença.

“Foi o primeiro livro que funcionou como uma espécie de discos pedidos”. Rodrigo Guedes de Carvalho escutou os leitores e inspirou-se para escrever “Matarás um culpado e dois inocentes” (Ed. Dom Quixote).

O escritor e jornalista, que entra todos os dias em casa dos portugueses como apresentador do jornal da noite da SIC, tem um novo livro em que faz regressar algumas personagens do romance anterior.

Em entrevista à jornalista da Renascença, Maria João Costa, durante o Festival Utopia, em Braga, Rodrigo Guedes de Carvalho começa por explicar porque surgiu a necessidade de voltar à história de Miguel Serafim e das suas irmãs.

O escritor gosta de escrever sobre famílias, algo "sagrado", mas também "a única coisa que não escolhemos na vida", e confessa que "sofre" de um sentimento de "Nortandade",

“Estou a fazer 42 anos de Lisboa. Nesta fase da vida, venho mais vezes cá a cima, às vezes, não por boas razões. E, agora, fiz uma viagem de Matosinhos para Braga de carro, sozinho, e reparei que sofro de uma 'Nortandade'. Há qualquer coisa que me faz realmente sentir em casa. Adoro Lisboa, tenho uma casa no Alentejo, mas há um sentimento de sou daqui que não consigo exprimir de outra forma e estou a escrever um pouco sobre ele.”

Rodrigo Guedes de Carvalho fala também sobre o seu processo de escrita, da disciplina de trabalho e faz uma revelação: "antes do meio do romance, escrevo o fim do romance", para dar um "tom ao livro".

"Uma das coisas que sempre me desiludiu foi ver filmes e livros que não sabem como acabar e eu gosto que o fim de um livro seja mais importante do que o princípio, aquele momento de revelação, que me faz chorar ou sentir realizado com a vida. O fecho do livro tem que ser forte, significativo e emocional", sublinha.

Ouça a entrevista a Rodrigo Guedes de Carvalho.