O cabeça de lista do PSD/Madeira às regionais antecipadas, Miguel Albuquerque, afirmou esta segunda-feira que o objetivo é ganhar as eleições e disse não colocar "linhas vermelhas" a nenhum partido caso não obtenha a maioria absoluta.
"Nós somos um partido, como já disse, que dialogamos com todas as forças políticas. E obviamente que a nossa ideia é ganhar, se ganharmos com maioria absoluta ganhamos, se ganharmos sem maioria absoluta continuamos a ganhar e, a partir daí, temos um quadro de diálogo com os partidos", declarou Miguel Albuquerque.
Questionado se inclui o Chega nesse cenário de diálogo, o social-democrata respondeu que não coloca "linhas vermelhas para nenhum partido", reforçando, porém, que, "neste momento", o partido tem de "pensar é em ganhar as eleições".
O líder do PSD/Madeira e presidente demissionário do Governo Regional falava aos jornalistas à porta do Tribunal Judicial da Comarca da Madeira, no Funchal, após a entrega da lista candidata do PSD às eleições legislativas regionais antecipadas.
Como prioridades, destacou a continuação do crescimento económico na região, manter a empregabilidade, reforçar as componentes de apoio social para as famílias mais vulneráveis, construir mais habitação e concluir o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o novo hospital.
"A nossa campanha vai ser pela positiva, apresentando aos madeirenses e porto-santenses aquilo que tem sido realizado e a necessidade de continuarmos a desenvolver integralmente a Madeira em todos os setores", frisou.
Miguel Albuquerque foi também questionado sobre uma notícia hoje publicada na edição impressa do Correio da Manhã, que dá conta que as autoridades judiciárias congelaram 170 mil euros à sua mulher, que tentou movimentar a quantia três dias após as buscas da Polícia Judiciária, no âmbito do processo em que foi constituído arguido.
O social-democrata considerou que a notícia não prejudicará a campanha eleitoral, afirmando que "as pessoas percebem qual é o enquadramento dessas notícias", que "não têm qualquer fundamento".
"Se isto continuar assim, eu penso que daqui a uns anos ninguém assume cargos políticos porque isto torna-se muito difícil, [...] são notícias muitas vezes colocadas também pela oposição. Nós sabemos como é que a coisa acontece", afirmou.
E acrescentou: "Não tive nunca contas bloqueadas, isso é mentira, nem tenho qualquer conta de 170 mil euros, também é mentira".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o parlamento da Madeira e convocou eleições antecipadas para 26 de maio na sequência da crise política motivada pelo processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago.
O Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN, está em gestão desde o início de fevereiro. O presidente do executivo, o social-democrata Miguel Albuquerque, pediu a demissão do cargo depois de ser constituído arguido no âmbito naquele processo e de o PAN lhe ter retirado a confiança política.
Nas últimas eleições legislativas regionais, em 24 de setembro do ano passado, a coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS obteve 11 mandatos, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto CDU, IL, PAN e BE elegeram um parlamentar cada.
A coligação PSD/CDS-PP ficou a um deputado da maioria absoluta e assinou um acordo de incidência parlamentar com o PAN, representado no parlamento regional pela deputada única Mónica Freitas.