Raide de Israel em Gaza visou túneis do Hamas, diz major-general Morais Pereira
26-10-2023 - 11:15
 • Liliana Monteiro

Israrel recolhe informações para invasão de grande escala enquanto aguarda pelo resultado das negociações para libertação de reféns. “Só não se sabe quando, como e com que tropas”.

O major-general Isidro Morais Pereira encara a intervenção das últimas horas de Israel em Gaza como uma incursão em que foram visados túneis do Hamas no norte do território.

“Ainda não foi a incursão em grande escala na faixa de Gaza, continua a ser uma incursão de objetivo limitado que visa dar resposta a informações concretas sobre os túneis usados pelo Hamas”, diz o especialista à Renascença.

Uma coluna de tanques de Israel entrou no território de Gaza com o objetivo de eliminar células terroristas e infraestruturas daquela organização, naquilo que os próprios israelitas definiram como "um raide tático".

"A ação noturna com viaturas blindadas e de engenharia, como retroescavadoras, visaram inutilizar túneis no norte da faixa de Gaza, numa destruição seletiva de posições militares”, aponta Morais Pereira, sublinhando que “o exército israelita é tecnicamente muito evoluído e tem viaturas equipadas com visão noturna para operações especiais”.

Secreta e noturna, a ação de Telavive não foi única e tem-se repetido em pequena escala numa espécie de preparação para algo maior. “Pode indiciar que estamos mais próximos da ofensiva a escala maior. Esta ação complementa também os bombardeamentos que têm por missão moldar o campo de batalha para a ofensiva no campo terrestre."

Isidro Morais Pereira está certo de que a invasão irá ocorrer, embora não se saiba quando, como e com que tropas. estando alguns fatores, nesta fase, a travá-la: “As operações militares são normalmente levadas a cabo depois de reunida informação sobre a força de oposição, o Hamas, e é preciso tempo para essa informação. Depois há a questão dos reféns, a procura incessante da localização deles para que possa ser levada a cabo uma operação para resgate."

O militar aponta também como retardador o facto de a comunidade internacional insistir no pedido de uma pausa para ajuda humanitária. "Ou se altera muito a situação com libertações e vontade de negociar ou, mais dia menos dia, vamos assistir a uma invasão a uma escalada maior do que temos visto", remata.