O ministro dos Negócios Estrangeiros não tem dúvidas: “a insegurança é evidente” na Venezuela.
Em resposta aos jornalistas na China, onde acompanha o Presidente da República na sua viagem de Estado, Augusto Santos Silva diz que as informações existentes são ainda “muito poucas”.
“O dia está a começar na Venezuela e ainda não há condições para confirmar o que se está a passar”, mas o Governo já pré-ativou “os mecanismos para apoiar os portugueses, em caso de necessidade”, garante.
Porque a situação é de “grande indefinição”, o chefe da diplomacia portuguesa pede muita cautela aos cidadãos portugueses que se encontrem no país, especialmente em Caracas.
Augusto Santos Silva apela ainda a uma “solução política na Venezuela”.
O secretário de Estado das Comunidades também já aconselhou a comunidade portuguesa residente na Venezuela a adotar medidas de segurança e comportamentos prudentes nas próximas horas.
José Luís Carneiro cancelou uma visita ao Canadá por causa da atual situação que se vive no país e que, garante, o Governo português está a acompanhar "de perto".
Para já, é, contudo, "prematuro" pronunciar-se em qualquer dos sentidos, tendo em conta "a escassa informação" que existe.
O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou esta terça-feira que os militares deram "finalmente de vez o passo" para o acompanhar e conseguir "o fim definitivo da usurpação" do Governo do Presidente Nicolás Maduro.
"O 1 de maio, o fim definitivo de usurpação começou hoje", disse Guaidó num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, no qual está acompanhado por um grupo de soldados na base de La Carlota, a leste de Caracas.
O Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou, por seu lado, que está a enfrentar um golpe de Estado, de "um reduzido grupo de militares traidores" que estão a ser neutralizados.
"Informamos o povo da Venezuela que neste momento estamos a enfrentar e desativar um reduzido grupo de militares traidores que se posicionaram no Distribuidor Altamira (leste de Caracas), para promover um golpe de Estado contra a Constituição e a paz da República", anunciou o ministro venezuelano de Comunicação e Informação na sua conta do Twitter.
Segundo Jorge Rodríguez "a esta tentativa" de golpe "uniu-se a ultradireita golpista e assassina, que anunciou a sua agenda violenta desde há meses".