Sob o fogo cruzado de várias instâncias comunitárias, Durão Barroso diz que as acusações de falta de integridade são “infundadas e totalmente imerecidas”. É o que vem escrito na primeira página do jornal “Público”. Nega, ainda, que as suas funções incluam o “lobbying” junto das instituições europeias. Numa carta dirigida a Jean Claude Junker, o sucessor à frente da Comissão, o ex-Primeiro-ministro português acusa Bruxelas de estar a ter uma atitude discriminatória depois de ter decidido abrir um inquérito no Comité de Ética à sua contratação pelo banco de investimento Goldman Sachs. Barroso acrescenta que a abertura deste inquérito parece ser inconsistente com as decisões tomadas em relação a outros antigos membros da Comissão.
Também no “Diário de Notícias”, o caso Barroso, mas visto pelo lado dos funcionários comunitários. Os trabalhadores públicos das instituições europeias esperam que Barroso entenda que errou. Dizem-se “chocados” e consideram que “o gesto de Barroso é uma traição aos interesses europeus e às instituições europeias”. Em declarações ao “DN”, um dos funcionários do grupo informal que lançou a petição para que Barroso perca todas as regalias do cargo que exerceu em Bruxelas, pede “por favor” para não serem confundidos com o ex-presidente da Comissão Europeia.
Na imprensa internacional, destaque para a entrevista do ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo ao jornal alemão “Die Welt”, que sugere expulsar a Hungria da União Europeia. Para o ministro luxemburguês, a politica anti-imigração do Governo de Budapeste põe em causa os valores europeus. Isto depois de a Hungria ter marcado para 2 de Outubro, um referendo sobre o sistema de cotas na união europeia. Estas declarações do ministro luxemburguês foram feitas em vésperas do início da Cimeira Europeia de Bratislava, que tem como um dos objectivos precisamente mostrar uma União Europeia unida. Uma intenção que sofreu, assim, um grave revés com o ministro Jean Asselborn a sugerir a expulsão da Hungria do bloco europeu.
De notar que esta Cimeira, que começa sexta-feira, é a primeira sem o Reino Unido. Por isso, “a União Europeia tem que mudar”, é a opinião da Primeira-ministra polaca, Beata Szydto, que está no jornal britânico “The Telegraph”. Num encontro em Varsóvia para discutir o pós-brexit, a Primeira-ministra polaca dirigiu-se a Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, e propôs mesmo uma reforma da União Europeia.
Entretanto, o Brexit “foi um sinal de alarme”, considera a vice-presidente da Comissão Europeia. Num artigo de opinião reproduzido no “Diário de Noticias da Madeira”, Kristalina Georgieva diz que este foi “um ano horrível para todos os que se preocupam com a União Europeia e pretendem proteger, reforçar e divulgar os seus valores”. Diz que, agora, é chegado o tempo para reflectir e fazer balanços.