O Papa dedicou a catequese desta quarta-feira à importância do presépio como “escola de sobriedade“.
Há 800 anos, São Francisco de Assis criou um presépio vivo em Greccio, “com a intenção de reproduzir o ambiente onde nasceu Jesus e destacar a humildade do lugar. Daí o presépio ser hoje uma escola da sobriedade para as nossas sociedades consumistas e exaustas”, afirmou.
O Santo Padre alertou para o risco de se perder o que importa na vida, sobretudo nestes dias perto do Natal: “imersos num consumismo que corrói o seu sentido, dominados por uma maré de distrações e de publicidade, corremos o risco de negligenciar o essencial. Ou seja, o frenesim das compras desvia a beleza do Natal”.
O presépio foi criado para nos recordar que “Deus vem morar entre nós e que há relações essenciais, como a família, presente em Jesus, José e Maria, e os entes queridos, representados pelos pastores”, disse o Papa. “Portanto, é bom ficar diante do presépio para reorganizar a vida e voltar ao essencial. É como entrar num oásis para escapar da agitação diária, para encontrar a paz na oração e no silêncio, numa ternura impoluta”.
Francisco alertou para “o risco de indigestão” que tantas crianças e jovens correm ao consumirem imagens virtuais e violentas, quando no presépio podem “encontrar genuinidade e criatividade”. É bom “tocar com as próprias mãos a proximidade de Jesus, a ternura de Deus, que não nos deixa sós e nos consola”.
O Santo Padre comparou o presépio a “um pequeno poço do qual se pode tirar a proximidade de Deus, fonte de esperança e de alegria. É como um Evangelho vivo, um Evangelho doméstico”.
Por fim, o Papa sublinhou que “Deus deitado numa manjedoura é a mais forte mensagem de Paz para a vida de cada um de nós e para o mundo de hoje”. Neste contexto, pediu orações ao Príncipe de paz pelos países em guerra, sobretudo na Ucrânia e na Terra Santa.
Francisco também manifestou a sua proximidade às famílias das vítimas do terremoto no nordeste da China e da recente explosão na Guiné-Conacri.