A elefanta Ruperta, uma das estrelas do Jardim Zoológico de Caricuao, em Caracas, morreu de fome no último domingo. A tragédia é um retrato da crise aguda que afeta diariamente milhões de venezuelanos.
Ruperta não resistiu à falta de comida, de acordo com ativistas de defesa dos direitos dos animais citados pelo jornal “El Mundo”. Dos 135 quilos de comida que devia consumir diariamente, davam-lhe cerca de dez devido à falta de fundos.
A elefanta chegou de África na década de 70 e tornou-se numa estrela do Zoo de Caracas.
A sua despedida no parque de Caricuao, perante um grupo de crianças e adultos, é descrita como dramática.
Depois de não sair do seu covil durante três dias, Ruperta apareceu ao público, levantou ligeiramente a tromba e deitou-se, ficando imóvel. Aos 48 anos, acabaria por morrer horas depois, não de velha, mas de fome.
A falta de alimento não era um problema de agora. Em março do ano passado, Ruperta desmaiou pela primeira vez. O Presidente Nicolas Maduro desmentiu as acusações de que os animais do Zoo estavam a ser maltratados e disse que se estava a fazer uma “telenovela” para “desmoralizar o povo.
Em agosto do ano passado a elefanta voltou a desfalecer. Um santuário animal do Brasil ofereceu-se para acolher Ruperta, mas a entidade que gere o Zoo de Caricuao rejeitou a proposta.