Os reguladores da banca norte-americana assumiram esta segunda-feira o controlo do First Republic Bank e anunciaram a sua venda à JP Morgan Chase, um passo dramático com o objetivo de controlar a crise do setor bancário que está há dois meses a provocar turbulência no sistema financeiro.
O First Republic, cujos ativos têm sido duramente atingidos pela subida das taxas de juro, esteve até agora a tentar evitar uma intervenção do Governo, depois de os seus dois maiores financiadores terem colapsado no mês passado, assustando investidores e depositantes.
Como parte do acordo anunciado esta manhã depois de um fim de semana caótico, o First Republic passa para o controlo da Corporação Federal de Depósitos de Seguros (FDIC) e será vendido de imediato à JP Morgan, sociedade gestora de participações sociais que é a terceira maior instituição financeira do mundo.
Apesar da abertura de uma linha de crédito de 30 mil milhões de dólares financiada por 11 dos maiores bancos dos EUA em março, o First Republic não conseguiu gerir a atual crise e ficará para a História como o segundo maior banco do país em número de ativos a colapsar, após o Washington Mutual, que faliu em 2008 durante a crise financeira global.
A intervenção do Governo federal e a venda do First Republic acontece sete semanas depois de as autoridades norte-americanas terem sido forçadas a intervir e a assumir o controlo do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, cujas falências provocaram enormes ondas de choque na indústria financeira, com impacto em todo o mundo.
Esta segunda-feira, 84 sucursais do First Republic em oito dos 50 estados norte-americanos já irão abrir portas como sucursais da JP Morgan, que assim "assume todos os depósitos e de forma substancial todos os ativos do First Republic Bank", indicou o FDIC em comunicado.
Por outro lado, o regulador indica que irá assumir os cerca de 13 mil milhões de dólares das perdas registadas pelo First Republic até à data.