Apresentou-se como “engenheiro”, no átrio da sua faculdade – o Instituto Superior Técnico - e com justificações emocionais e racionais para querer ser presidente da Câmara de Lisboa. Carlos Moedas, o candidato do PSD, apresentou a sua candidatura de viva voz uma semana depois de ter sido anunciado por Rui Rio. E anunciou-se como um candidato que quer tornar a capital mais humana e criadora de talentos.
“Estou aqui para ser presidente da Câmara de Lisboa. Deixei a minha vida toda para me concertar neste projeto, neste objetivo. O meu projeto de vida é ser presidente da Câmara de Lisboa”, afirmou Carlos Moedas, já na fase de respostas a perguntas, quando foi questionado se esta candidatura poderá ser o prenúncio a uma candidatura à liderança do PSD.
“Quero mesmo isto, é isto que eu quero”, reforçou, convicto da possibilidade da vitória, mas disposto a assumir o compromisso com Lisboa, seja qual for a forma.
“A convicção que tenho é que vamos conseguir ganhar porque vamos conseguir aglomerar muita gente, mas assumirei sempre a responsabilidade dos cargos que me são confiados. Assumirei as responsabilidades [de vereador] se for esse o caso que não será”, respondeu, quando a Renascença perguntou se ocupará o lugar de vereador se não vencer.
Ex-comissário europeu e ex-secretário de Estado adjunto de Passos Coelho, Carlos Moedas, faz de “Novos Tempos” o mote da sua candidatura.
“Os novos tempos vão exigir uma das maiores reconstruções que Lisboa já viveu - económica, social, cultural e ambiental, mas sobretudo humana. Uma das maiores reconstruções de que há memoria. E para estes Novos Tempos para reconstruir Lisboa, os Lisboetas podem contar comigo”, disse no seu discurso de apresentação.
Um discurso em que começou por dizer que a sua candidatura resulta de uma decisão emocional, porque Lisboa é a terra que o adotou quando tinha 18 anos e veio de Beja para o Instituto Superior Técnico.
“Foi, passou a ser e é a minha cidade. Viajei pelo mundo, mas voltei sempre para Lisboa, porque nada, mas nada, se compara com Lisboa”, recordou.
Mas a emoção também contou quando decidiu trocar o “conforto” do que era atualmente a sua vida de administrador na Fundação Gulbenkian por esta candidatura, ainda por cima em “momentos incertos, instáveis e difíceis para todos” como os que se vivem.
“Este momento não era o momento de dizer não. Era o momento de dizer sim. Sim à minha cidade”, acrescentou, passando às justificações racionais da candidatura.
A primeira que apresentou foi o facto de ter voltado de Bruxelas para uma Lisboa com trânsito impossível e ruas sujas, “uma cidade que não cuida das pequenas coisas, daquelas pequenas coisas que fazem a grande diferença no dia-a-dia”.
Por isso, apresentou-se como o candidato que quer “congregar as forças não socialistas” para derrotar a “governação socialista” que há 14 anos governa Lisboa.
Para isso, conta com a escolha do PSD e o apoio do CDS, do PPM, do MPT e do Aliança. Com a Iniciativa Liberal as negociações ainda prosseguem. Mas quer, sobretudo, alargar esta candidatura à sociedade civil, a independentes, desencantados ou desinteressados da política.