A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apela a um entendimento entre Governo e enfermeiros para superar a chamada “greve cirúrgica”, alertando para o impacto da paralisação sobre os doentes
“Tem de se ter em conta, também, a situação de pessoas doentes, neste processo, respeitando o direito fundamental à vida e à saúde. Isto vale para quem está em greve como vale para os governantes. Desejamos que haja um diálogo que seja fecundo e frutuoso, no sentido de se chegar a um consenso”, disse aos jornalistas o porta-voz da CEP, padre Manuel Barbosa, no final do encontro mensal do Conselho Permanente do episcopado católico.
O porta-voz da CEP entende que a greve dos enfermeiros é “justa e legítima” para que tenham melhores condições, mas deve respeitar também o direito à vida e à saúde.
“Está em jogo, como disse, o bem daqueles que são mais vulneráveis, neste caso os doentes”, observou.
A CEP apela ao diálogo, “para que a situação se modifique”, procurando “o bem de todos”.
O Conselho de Ministros decretou, na última quinta-feira, uma requisição civil na greve dos enfermeiros em blocos operatórios em curso desde 31 de janeiro, alegando incumprimento da prestação de serviços mínimos.
Esta segunda “greve cirúrgica” decorre até ao final de fevereiro, abrangendo dez centros hospitalares.
Uma primeira greve decorreu em blocos operatórios de cinco centros hospitalares entre 22 de novembro e 31 de dezembro de 2018, tendo como reivindicações, entre outros, o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros.