Mais de 400 estrangeiros e palestinianos com dupla nacionalidade deixaram Gaza em direção ao Egito, após a reabertura da passagem de Rafah, que esteve encerrada devido a um bombardeamento israelita, de acordo com várias fontes.
Fontes humanitárias afirmaram que os retirados tinham passaportes dos Estados Unidos da América, Reino Unido, França, Alemanha e Egito.
Vinte ambulâncias entraram hoje em Gaza a partir do Egito, bem como 75 camiões de ajuda humanitária, segundo uma fonte no posto fronteiriço.
A passagem de Rafah foi reaberta após ter sido encerrada no domingo na sequência de um bombardeamento israelita contra várias ambulâncias no enclave palestiniano.
Centenas de palestinianos com passaportes estrangeiros, cidadãos estrangeiros e funcionários de organizações não-governamentais deixaram a Faixa de Gaza através da única passagem aberta.
"O meu sonho é regressar viva com os meus filhos, não entendo porque é que um país não quer receber os seus cidadãos e recebe estrangeiros de muitas nacionalidades", disse Lamiah Mohamed, uma mãe egípcia que espera há três dias no lado palestiniano de Rafah para ser retirada.
De acordo com o seu relato, os nomes dos seus três filhos - com idades entre os 5 e os 17 anos -- estavam hoje na lista de retirados, mas não o seu, pelo que as autoridades palestinianas se recusaram a permitir que Lamiah atravessasse para o Egito, uma situação que, segundo a mesma, é muito comum entre os cidadãos egípcios.
Segundo testemunhas e meios de comunicação social, mais de mil pessoas atravessaram a passagem desde que foi aberta na semana passada, graças a um acordo entre o Egito e Israel, alcançado com a mediação do Qatar e dos Estados Unidos.
Segundo o Egito, o número total de palestinianos com passaportes estrangeiros e cidadãos de outros países que chegam ao Egito através da passagem é de cerca de 7.000 pessoas de 60 nacionalidades.
A 7 de outubro, o Hamas - classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que cumpre hoje o 31º dia e que continua a ameaçar alastrar-se a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 10.000 mortos, anunciou o Ministério da Saúde palestiniano, controlado pelo movimento islamita Hamas.