O anúncio acaba de ser feito em Bruxelas. A engenheira de materiais e investigadora Elvira Fortunato, “mãe” do transístor de papel, é a vencedora do prémio europeu "Horizon Impact Award 2020".
O projeto “Invisible”, da cientista e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, permitiu desenvolver o primeiro ecrã transparente produzido com materiais sustentáveis, já comercializado por diversas empresas.
O ecrã é feito a partir de um material semicondutor de baixo custo, não degradável e que produz melhores resultados, o óxido de zinco, que entra na composição de pomadas para bebés ou protetores solares. Segundo a nota enviada à redação, “trata-se de uma nova área tecnológica ao serviço de diferentes indústrias, como a impressão a jato de tinta ou os diagnósticos médicos inteligentes”.
A tecnologia, patenteada pela diretora do Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT) e pela Samsung, é aplicável a telemóveis, televisores, computadores ou tablets, permitindo obter imagens de maior resolução.
Segundo Elvira Fortunato, pioneira na eletrónica transparente, o projeto representou uma “revolução na área dos materiais semicondutores”, com recurso a “tecnologias amigas do ambiente”, que não desperdiçam tanta energia.
O anúncio foi feito, esta manhã, durante o “European Research and Innovation Days”.
O prémio, no valor de 10 mil euros, distingue projetos científicos financiados por fundos europeus e cujos "resultados tiveram impacto na sociedade", disse à Lusa a investigadora, que dirige o Cenimat - Centro de Investigação de Materiais, da Universidade Nova de Lisboa, da qual é vice-reitora.
Elvira Fortunato foi a única portuguesa premiada, entre outros cientistas distinguidos de uma lista de 10 finalistas.
O "Invisible" foi desenvolvido durante cinco anos, entre 2009 e 2014.