Chegou esta terça-feira a Portugal mais um grupo de refugiados afegãos. As 18 pessoas foram transportadas num voo comercial, que aterrou ao início da tarde no aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa.
Composto por três famílias, este é o quarto grupo de refugiados a chegar em Portugal desde sexta-feira.
Em declarações à RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, adianta que Portugal acolheu 84 cidadãos afegãos nos últimos dias.
O chefe da diplomacia garante que Portugal não deixa ninguém para trás: "os quatro militares portugueses que estiveram em Cabul na semana passada conseguiram a apoiar a saída de todos os cidadãos afegãos que faziam parte das nossas listas, que responderam positivamente aos nossos contactos e que conseguiram entrar no aeroporto de Cabul".
"Recuso a ideia que Portugal abandonou seja quem for"
Augusto Santos Silva diz que a missão dos militares portugueses estava circunscrita ao aeroporto de Cabul, por razões de segurança, e nem todos os cidadãos afegãos conseguiram chegar ao aeroporto devido ao caos junto àquela infraestrutura, aos ataques e aos obstáculos impostos pelos talibãs.
"Até agora, conseguimos retirar 56 pessoas [de uma lista de 116], o que quer dizer que há ainda outras dezenas que ainda não conseguiram sair do Afeganistão e estamos a trabalhar com os nossos aliados, e no quatro das Nações Unidas e da União Europeia, para apoiar essas pessoas na sua saída", sublinha o ministro dos Negócios Estrangeiros.
O governante diz que, além destes casos, Portugal tem centenas ou milhares de afegãos para apoiar e "insurge-se" contra a ideia de que Portugal tenha deixado pessoas para trás.
"Pelo contrário, estamos a fazer tudo o que podemos, dentro das nossas competências e poderes, para apoiar aqueles que precisam de proteção humanitária", sublinhou.
Sobre o caso concreto de um afegão, Santos Silva explica que o cidadão não conseguiu reunir a família e regressar ao aeroporto de Cabul para viajar para Portugal.
Segundo os últimos números, cerca de 114 mil pessoas foram retiradas de Cabul, desde a tomada da cidade pelos talibãs, em cerca de 2.900 em voos militares ou da coligação internacional.