A direção da fábrica de Aveiro da Renault, em Cacia, descansou os trabalhadores, afastando consequências de maior da reestruturação anunciada pela empresa, que poderá colocar em 15 mil empregos em todo o mundo.
Bruno Rafael, da comissão de trabalhadores, revelou à Renascença, os planos para retomar a laboração em pleno não foram alterados e a empresa deu uma resposta positiva aos trabalhadores.
"Causa desconforto aos trabalhadores [a notícia da Renault suprimir 15 mil postos de trabalho], mas a mensagem tem sido positiva, porque a empresa tem todas as condições financeiras e de projeto para continuar a trabalhar como sempre trabalhou", explica.
A Renault anunciou, esta sexta-feira, a supressão de 15 mil postos de trabalho em todo o mundo, 4.600 dos quais em França, uma medida que faz parte de um plano para reduzir custos em dois mil milhões de euros.
O construtor automóvel garantiu que vai recorrer preferencialmente a "medidas de reconversão, mobilidade interna e saídas voluntárias", para evitar despedimentos.
O plano prevê a supressão de "perto de 4.600" postos de trabalho em França e mais de "10 mil" no resto do mundo, sem precisar os países afetados.
A Renault de Cacia retomou a 17 de abril a produção de caixas de velocidade parcialmente, depois de um mês de paragem com recurso a "lay-off". Segundo a direção, o plano é retomar a atividade em julho.
"Na quarta-feira reunimos com a administração, tivemos a discutir o que se passa, devido às notícias a nível do grupo, mas foi-nos garantir que a fábrica estará a trabalhar, não em pleno, mas com todos os trabalhadores a partir de julho, o que é um sinal de confiança para o que aí vem", termina.
A fábrica dá trabalho a 1.100 pessoas e tem em curso um investimento de 100 milhões de euros.