Há mais de um milhão e cem mil pessoas sem médico de família. Um número alto que o Governo não conseguiu reduzir.
O Jornal Público escreve esta quinta-feira que o problema atinge todas as regiões do país, mas tem maior impacto na região de Lisboa e Vale do Tejo onde estão mais de dois terços das pessoas que não têm médico de família.
De acordo com os dados do BI dos Cuidados de Saúde Primários e do Portal do SNS, no final de dezembro 10,8% dos 10,4 milhões pessoas inscritas nos centros de saúde não tinham um médico de família atribuído.
A região de Lisboa e Vale do Tejo é no país a que apresenta a situação mais preocupante, com mais de 783 mil pessoas nessa situação, representando 69% do total de pessoas sem médico de família no país.
A falta de médico de família é um problema que não tem sido de fácil resolução e nem os programas de incentivos que existem para reforçar a colocação de clínicos nas zonas classificadas como carenciadas deu resultados satisfatórios.
António Costa admitiu no domingo, no debate, com o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, que o Governo não conseguiu cumprir a meta de dar um médico de família a todos os portugueses - assumida ainda na anterior legislatura -, por um lado, porque “o número de utentes aumentou significativamente” e, por outro, porque a carreira de medicina geral e familiar perdeu atratividade.
O secretário-geral do Partido Socialista recusou comprometer-se com uma data para que todos os portugueses tenham médico de família, mas prometeu que, se for reeleito primeiro-ministro, haverá incentivos para tornar essa carreira mais atrativa.