O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, anunciou, esta quinta-feira, a sua intenção de visitar a China ainda este ano, depois de uma reunião com o homólogo chinês que marca esforços de Camberra melhorar os laços bilaterais.
"Quero visitar a China antes do fim do ano para comemorar o 50º. Aniversário da histórica visita do ex-primeiro-ministro Gough Whitlam", disse o primeiro-ministro australiano num comunicado oficial.
Albanese e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, reuniram-se hoje, em Jacarta, à margem da 43ª. Cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), sob presidência indonésia, com Camberra empenhada em ultrapassar tensões com Pequim. "Mantivemos uma conversa franca e construtiva, saudando os progressos em curso na estabilização das nossas relações bilaterais e o compromisso renovado entre os nossos dois países. Ambos concordamos sobre o valor de expandir a cooperação em áreas de interesse comum", referiu Albanese.
Na mesa da reunião estiveram questões como os obstáculos comerciais existentes entre os dois países, litígios consulares e a questão dos direitos humanos. "Disse ao primeiro-ministro Li que continuaríamos a cooperar onde for possível, discordar sobre o que tínhamos que discordar e envolvermo-nos nos nossos interesses nacionais", afirmou Albanese, referindo que foram igualmente abordados temas relacionados com a segurança regional e internacional.
A relação entre a China e a Austrália começou a agravar-se em 2017, quando Camberra apontou o que disse ser interferência chinesa na política australiana e, no ano seguinte, proibiu a implantação de redes 5G por empresas chinesas por motivos de segurança. Em 2020, o então primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, pediu uma investigação internacional sobre a origem do novo coronavírus responsável pela Covid-19, algo que foi criticado pela China, principal parceiro comercial da Austrália, que reagiu com o aumento das tarifas sobre produtos australianos como cevada, vinho, carvão e madeira, entre outros.
Os laços bilaterais evidenciaram melhorias desde a chegada ao poder do Partido Trabalhista, no ano passado, com as autoridades chinesas a retirarem no mês passado a tarifa de 80,5% que impunham à cevada australiana.