O deputado único do Chega no parlamento açoriano anunciou, esta quarta-feira, que vai votar a favor do Orçamento Regional para 2022 porque “o Governo aceitou as condições estabelecidas” e “o respeito exigido foi alcançado”.
“O respeito que exigimos foi alcançado. Será retribuído. Visto o Governo ter aceitado as condições estabelecidas no processo negocial em curso, o Chega vai votar favoravelmente, a bem da estabilidade, da minha terra e de todos os que confiaram em mim”, afirmou José Pacheco, na primeira intervenção na Assembleia Legislativa Regional desde segunda-feira, altura em que começou o debate sobre o Plano e Orçamento na cidade da Horta, no Faial.
Referindo-se à medida de incentivo à natalidade até 1.500 euros por cada nascimento “para famílias sem apoios sociais” e ao apoio a corporações de bombeiros, o deputado do Chega, que não fez entrar qualquer proposta de alteração ao documento em discussão no parlamento, disse que o diálogo com o executivo “irá muito além do Orçamento”.
A direção nacional do Chega pediu, na quarta-feira passada, ao partido nos Açores para retirar o apoio ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), mas o deputado único, José Pacheco, disse que nada estava fechado e que tudo podia acontecer, tendo em conta que estavam em curso negociações.
A Assembleia Legislativa é composta por 57 eleitos e a coligação de direita (PSD/CDS-PP/PPM), com 26 deputados, precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.
A coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal (IL).
A IL tem ameaçado chumbar a proposta de orçamento, tendo dito à Lusa, na sexta-feira, que vota a favor se for contemplada uma redução de “15 a 20 milhões de euros” no endividamento da região, situado nos 170 milhões de euros.
O deputado independente, Carlos Furtado, ex-Chega, disse na sexta-feira que iria "honrar" o seu "compromisso" firmado com o Governo na votação do Orçamento.
O parlamento conta ainda com mais 28 deputados: 25 do PS, dois do BE e um do PAN. Todos estes partidos anunciaram já o voto contra o Orçamento.