Suhail Abu Dawod é um jovem de 19 anos que está abrigado com mais de 700 cristãos na Igreja da Sagrada Família na cidade de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas a 7 de outubro.
Numa carta enviada à Vatican News, o jovem admite que, no início da guerra, parecia que estava a sonhar, apercebendo-se depois de que, afinal, era tudo realidade.
O jovem católico garante que saiu de casa e foi para a igreja pois sabia que era o único sítio onde ele e a sua família estariam seguros, visto que estão “nas mãos do Senhor”. Também sublinha que, desde que tenham “Jesus no coração”, vão estar sempre seguros.
Suhail admite acreditar que este é o momento certo para discernir sobre a sua vocação. Para isso, Suhail reza o terço todos os dias, da mesma forma que participa como acólito na Eucaristia diária.
Na carta enviada à Vatican News, o jovem relembra uma frase do beato Carlos Acutis: “O paraíso sempre esteve à nossa espera”. Suhail revela ainda que, quando está a rezar, ouve mísseis a rebentar perto da igreja. No entanto, sempre que se concentra na oração, tudo o que o distrai desaparece.
Em declarações à Renascença, o jovem elogia o papel do padre Gabriel Romanelli, seu diretor espiritual e pároco da igreja da Faixa de Gaza onde 700 cristãos estão abrigados.
Apesar das dificuldades, o sacerdote celebra todos os dias duas eucaristias na igreja da Sagrada Família e consegue publicar sempre as celebrações no seu Facebook.
Suhail admite que a situação, neste momento, está a piorar depois de um período mais calmo. Ninguém sabe o que aí vem, adianta; para o jovem, a única solução é rezar por condições melhores e mais calmas.