O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português manifestou, em Maputo, a solidariedade de Portugal face às inundações nas últimas semanas no sul de Moçambique, reiterando a abertura de Lisboa para apoiar as populações afetadas.
O número de mortes causadas pelas cheias que afetam a região de Maputo subiu para sete e o de pessoas afetadas ultrapassa os 37 mil, segundo o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
"Tive a oportunidade de manifestar ao senhor vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Manuel Gonçalves, a nossa solidariedade pelas dificuldades decorrentes das cheias que nos últimos dias têm assolado sobretudo o sul de Moçambique", disse à comunicação social em Maputo Francisco André.
O secretário de Estado falava momentos após uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação na capital moçambicana, no âmbito de uma visita de trabalho que começou esta segunda-feira ao país africano.
"Manifestamos, claro, a nossa disponibilidade para qualquer apoio que seja necessária da nossa parte", salientou o governante português.
Francisco André está em Moçambique até sexta-feira, tendo na sua agenda de trabalhos previstas deslocações às províncias da Sofala, Nampula e Cabo Delgado, onde vai visitar projetos apoiados por Portugal. "São projetos, na sua generalidade, exemplares. Bem articulados e bem coordenados com as autoridades moçambicanas", apontou Francisco André, acrescentando que a sua visita vai servir para analisar as relações "excelentes" entre os dois Estados.
42 mil alunos sem aulas
As autoridades moçambicanas suspenderam as aulas de cerca de 42 mil alunos devido às inundações que afetaram 21 escolas do distrito de Boane, na província de Maputo, uma semana após o início do ano letivo, anunciou fonte oficial.
"Estamos a falar de escolas que estão dentro de água e outras que estão a servir de abrigo" para as vítimas das cheias, disse o diretor do serviço distrital de Educação, Castigo Guambe, citado pela Rádio Moçambique.
Aquele responsável espera que as aulas sejam retomadas na próxima semana.
"Para recuperar toda a semana perdida, estamos a pensar em introduzir aulas aos sábados para que o trimestre não fique comprometido", referiu Castigo Guambe.
Diversas áreas de atividade estão a ser atingidas pelas cheias.
Segundo as autoridades moçambicanas, cerca de 40 mil hectares de diversas culturas agrícolas estão submersas e 13 mil hectares são dadas como perdidas.