O presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha publicou esta quarta-feira uma carta aberta aos caldenses, em que declara que, “enquanto autarca”, não vai aceitar que o concelho fique sem hospital.
A tomada de posição do autarca surge na sequência da decisão do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, de construir o novo centro hospitalar do Oeste no Bombarral.
“Não posso aceitar uma decisão que vai claramente contra os interesses da população que me elegeu, por maioria de razão quando essa decisão implica o fim de cuidados hospitalares no Concelho”, escreve.
Vítor Marques lamenta que “apesar de todo os esforços coletivos” realizados “para que o novo hospital do Oeste fique em Caldas da Rainha e Óbidos”, o ministro tenha feito outra escolha.
“Quando nos batemos pela construção do Novo Hospital em Caldas e Óbidos, não estamos a lutar apenas por um novo equipamento, estamos, sobretudo, a lutar por não perder uma unidade de Saúde onde o Município se prepara para investir cerca de 700 mil euros – cerca de 70% do custo total da obra – e que é absolutamente vital para a saúde e a qualidade de vida dos caldenses, para o progresso económico da região e para a manutenção da coesão deste território no panorama regional e nacional”, argumenta.
Na visão de Vítor Marques, a decisão do ministro da Saúde "não levou em conta os argumentos de peso que Caldas, em conjunto com Óbidos e Rio Maior, foi apresentando, designadamente num parecer técnico da Universidade Aveiro [...] que aponta graves lacunas ao estudo que indica como localização preferencial o Bombarral".
“Tal decisão desconsiderou o duro golpe que o decorrente encerramento do Hospital de Caldas desfere sobre a saúde dos caldenses e de todos os habitantes do Oeste Norte, especialmente os mais frágeis e os mais desfavorecidos” e “ignorou os efeitos económicos e sociais profundamente negativos que se abaterão sobre a cidade e sobre o concelho, com o encerramento do Hospital de Caldas”, lê-se na carta.
Por fim, o autarca assegura que a Câmara vai lutar até ao último dia pela manutenção do Hospital de Caldas e de cuidados de Saúde de qualidade para os caldenses garantindo que “todos estão cobertos por cuidados hospitalares de proximidade e que uma decisão do Estado Central não deixe uma onda de devastação social e económica no seu concelho, que nenhuma medida compensatória poderá aliviar”.