O administrador financeiro da TAP, Gonçalo Pires, "mentiu" na comissão de inquérito parlamentar e não tem condições para continuar no cargo, defendeu esta segunda-feira o presidente do PSD, Luís Montenegro.
"A comissão de inquérito parlamentar a TAP começou na semana passada e já temos uma primeira situação que não podemos deixar em claro: o CFO da TAP mentiu na comissão e isso tem de ter consequências", declarou o líder social-democrata, em conferência de imprensa.
Luís Montenegro desafia o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, Fernando Medina, a tomarem uma posição.
Questionado pelos jornalistas, o líder do PSD considera que o CFO da TAP não tem condições para continuar no cargo.
“Estando a falar de uma companhia 100% pública, em processo de reprivatização, de uma pessoa com alta responsabilidade, de alguém que tem reporte direto ao Ministério das Finanças, a falta de verdade numa comissão de inquérito inviabiliza a assunção das condições exigíveis para o cumprimento dessa tarefa", sublinha.
Nesta conferência de imprensa, Luís Montenegro também voltou a criticar o pacote "Mais Habitação", aprovada pelo Governo na semana passada.
O líder do PSD promete revogar alguns dos pontos mais polémicos, como o arrendamento coercivo ou as medidas para o alojamento local, e diz que não seria de "espantar" se o Presidente da República pedir a fiscalização sucessiva do programa.
"O Governo teima em manter decisões que não vão ter qualquer efeito ao nível do mercado: arrendamento coercivo, as normas que desincentivam o investimento de privados, as normas que afetam de forma muito direta uma atividade económica extraordinariamente importante, que é o alojamento local, não vão ter efeito no aumento da oferta da habitação e não vão resolver nenhum problema das pessoas", argumenta.
"Reitero que quando formos Governo iremos revogar de imediato esta estratégia do arrendamento coercivo, de desvalorização do Alojamento Local e que, parecendo ser um central de descentralização, é um sinal de absoluto centralismo. O que o Governo faz ao condicionar a atividade das autarquia na habitação só tem uma palavra: centralismo", sublinha Luis Montenegro.
O líder do PSD também anunciou que vai pedir um debate urgência sobre "os atrasos que são hoje muito significativos para as juntas médicas que afetam pessoas com deficiência, que se têm visto privadas de aceder a benefícios sociais e fiscais".