A partir desta segunda-feira, começa a ser comercializada uma nova série de certificados de aforro - a Série F -, depois de o Governo ter decidido interromper a venda de certificados de Série E.
Neste sentido, subscrever este tipo de instrumento financeiro deixa de ser tão lucrativo, uma vez que a principal diferença está na taxa de juros paga ao cliente, que passou de 3,5% para 2,5%.
A decisão tem gerado controvérsia e dúvida, inclusivamente no universo socialista. Alexandra Leitão, deputada do PS e antiga ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, diz não compreender a medida e o "timing" em que a mesma foi adotada.
Em declarações à CNN Portugal, sublinha ainda que contribui para uma "perceção de injustiça" da classe média. "É um exemplo de uma medida que não ajuda esta ideia de perceção de que há sempre aqui uma classe que não é suficientemente pobre para receber um conjunto de apoios e também não é tão rica e que passe incólume pelas situações."
Esta sexta-feira, o Governo anunciou a suspensão imediata da comercialização dos certificados de aforro de Série E, na qual a taxa de juros máxima aplicável rondava os 3,5%. A nova Série F tem uma taxa máxima de 2,5%, permitirá subscrições de prazos até 15 anos e montantes até 50 mil euros.
As motivações das mudanças preconizadas pelo Governo têm sido contestadas e vistas como uma cedência à banca, já desmentida pelo secretário de Estado das Finanças. João Nuno Mendes justifica alterações com uma "adaptação da remuneração" a um "quadro de gestão planeada da dívida pública".