Na véspera da discussão da moção de censura do CDS ao Governo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defende o diálogo entre o primeiro-ministro e os partidos com assento parlamentar.
O chefe de Estado passou o dia na Póvoa de Varzim, onde esta terça-feira começou o Festival Literário Correntes d’Escritas, e foi questionado sobre que livro deveria o primeiro-ministro, António Costa, ler antes do debate de quarta-feira.
“O primeiro-ministro lê muito e gosta de ler muito, quem sou eu para lhe estar a propor isso. É melhor pedir aos parlamentares que têm essa iniciativa [da moção de censura] que proponham ao primeiro-ministro e o primeiro-ministro dialogue com os parlamentares”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa ao desafio dos jornalistas.
O Presidente da República lembrou também as suas memórias de infância na Póvoa de Varzim, momentos que lhe valeram o seu primeiro grande castigo.
Se hoje o Presidente, por vezes, finta os seus próprios seguranças, a tradição vem de longe. Terá começado na Póvoa. Marcelo tinha 8 ou 9 anos e teve o que chama de primeira aventura de autonomia.
“Um dia, o meu pai veio fazer uma visita oficial e deixou-me no hotel com ordens rigorosas para eu não sair. Eu desapareci do hotel, corri a Póvoa inteira. Quando o meu pai chegou, isso costumou-se a primeira grande punição familiar. Foi por causa da Póvoa”, recorda.
No festival Correntes d’Escritas questionado sobre o desacordo do Acordo Ortográfico, Marcelo Rebelo de Sousa defende a convergência.
“Nós estamos agora a aprofundar aquilo que nos une e vamos ser se, naquilo que nos une, nessa matéria há também convergências”, sublinha o Presidente da República, conhecido também por ser um grande leitor.