Cerca de mil e cem quilos de sal, 500 litros de serradura e 750 litros de terra foram utilizados no tapete momentâneo, construído desde sábado, na Praça de Bocage, em Setúbal, no âmbito das comemorações dos Caminhos de Santiago, em 2022.
Integrado na iniciativa “Tapetes do Mundo”, a peça, com 144 metros quadrados, fica patente até ao fim desta segunda-feira, Dia de Santiago.
Reproduz um desenho do designer António Cunha, da Câmara Municipal de Setúbal, escolhido, de entre 33 propostas apresentadas a nível internacional, para a elaboração de tapetes de arte efémera, com uma imagem mundial comum, no âmbito das comemorações do Xacobeo 2022.
Segundo o município sadino, foram muitos, os curiosos que apreciaram a construção da obra e alguns até participaram na colocação dos materiais sobre a tela, sob supervisão de uma equipa liderada por Isabel Curto Castan, do Grupo de Arte Efémera de Setúbal.
“O desenho foi replicado no Dia de Santiago em mais de três centenas de pontos de trinta países dos cinco continentes, com a utilização de materiais de acordo com as tradições locais, num evento mundial de tapetes efémeros promovido pela Comissão Gestora de Entidades Alfombristas do Caminho de Santiago”, refere a autarquia em comunicado, enviado à Renascença.
O trabalho começou a ser preparado mais de um mês antes de o tapete começar a ganhar forma na Praça de Bocage, “uma vez que foi necessário fazer uma quadrícula, transpô-la para uma tela, preparar os tintos na betoneira para se conseguirem as cores pretendidas, preparar o sal e a serradura e peneirar a terra, entre outras atividades”.
António Cunha, designer da Câmara Municipal de Setúbal, citado na nota, explica o conceito da imagem que criou, composta por elementos alusivos aos Caminhos de Santiago e ao Ano Santo Xacobeo, designadamente a vieira, o peregrino e a cruz de Santiago e o tipo de letra, elementos obrigatórios nos desenhos submetidos a concurso.
“O conceito é o caminho e, ao mesmo tempo, o conceito gráfico é de vitral, que remete para a Catedral de Santiago de Compostela”, adiantou, observando que “a vieira é dada pelos caminhos, pelas linhas que partem do sol, que no fundo são os caminhos dos peregrinos, o caminho da luz, do conhecimento”.
Refira-se que os tapetes construídos em todo o mundo são iguais, com a única diferença a ser a referência à distância que separa a localidade em causa, de Santiago de Compostela. No caso de Setúbal, a distância é de 553 quilómetros.