O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, garantiu esta terça-feira que o Papa Francisco “tem muitas expectativas” para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, realizada numa ocasião em que o mundo está a passar por “profundas mudanças”.
Em declarações aos órgãos de comunicação do Vaticano e divulgadas pelo portal Vatican News, Parolin sublinhou que no “mundo, que está a passar por profundas mudanças, que conheceu a trágica experiência da pandemia da covid e que passar por múltiplos conflitos, hoje, em todo o planeta, é mais necessário do que nunca que os jovens encontrem o rosto de Jesus Cristo, conheçam sua Palavra de salvação e se tornem seus discípulos”.
“A Jornada Mundial da Juventude continua a ser um importante instrumento e ocasião de evangelização para o mundo dos jovens”, disse o secretário de Estado do Vaticano, acrescentando que o encontro mundial com o Papa tem, também, “um aspeto de fraternidade universal”, visível no facto de os jovens, “vindos de diferentes países e, portanto, com diferentes culturas, idiomas, estilos de vida”, se poderem “encontrar e trocar suas experiências”.
Sobre os desafios colocados aos jovens, o cardeal Pietro Parolin considerou que “a Igreja tem diante de si o grande desafio da transmissão da fé, a transmissão da fé para o mundo em geral”, manifestando-se convicto de que, “nessa tarefa, os jovens têm algo a dizer”.
“No mundo de hoje, não são poucos os que não conhecem Jesus Cristo ou talvez o tenham rejeitado, portanto, há um número crescente de pessoas que perderam a fé e se comportam como se Deus não existisse. O Papa tem falado com frequência sobre essa rutura na transmissão da fé entre as gerações (…), explicando que é um tanto normal que eles se sintam quase desiludidos com a Igreja e deixem de se identificar com a tradição católica”, acrescentou Parolin.
Para a segunda figura do Vaticano, “o que os jovens pedem à Igreja é que ela renove seu ímpeto apostólico e, sem medo, empreenda nesse caminho de conversão pastoral e missionária”.
Nas declarações aos órgãos da Santa Sé, Pietro Parolin falou também da deslocação do Papa Francisco a Fátima, no sábado, antecipando que será “um momento intenso”.
“Acredito que o Papa queira reiterar a mensagem de Nossa Senhora aos três pastorinhos quando ela apareceu no distante [ano] de 1917. Eram palavras de consolo, eram palavras de esperança em um mundo em guerra, não muito diferente da realidade que vivemos hoje”, disse o secretário de Estado do Vaticano.