O Chega é o único partido que não faz parte do grupo de trabalho que vai preparar a transladação de Aristides de Sousa Mendes para o Panteão Nacional. O grupo de trabalho foi constituído esta sexta-feira por despacho de Ferro Rodrigues, presidente do Parlamento. Segundo informação dada à Renascença por fonte do seu gabinete, o Chega fica de fora por vontade do seu líder e único deputado, André Ventura.
A decisão de dar honras e Panteão ao antigo cônsul de Portugal em Bordéus, que permitiu a fuga para Portugal de milhares de judeus em 1940, durante a II Guerra Mundial, foi tomada pela Parlamento no dia 3 de julho.
A iniciativa foi da deputada Joacine Katar Moreira, quando ainda era deputada pelo Livre, e teve o voto favorável de todos os partidos, exceto do Chega. O deputado único deste partido, André Ventura, absteve-se.
O grupo de trabalho agora constituído vai, como se lê no comunicado divulgado no site do Parlamento, “definir o programa de panteonização de Aristides de Sousa Mendes”.
O mesmo comunicado recorda que as honras de Panteão pretendem “homenagear e perpetuar a memória de Aristides de Sousa Mendes, enquanto homem que desafiou a ideologia fascista, evocando o seu exemplo na defesa dos valores da liberdade e dignidade da pessoa humana e concedendo-lhe Honras de Panteão”.
O grupo de trabalho, como é uso nestas situações, é composto por um representante de cada um dos partidos com assento parlamentar: Pedro Delgado Alves (PS), que será o coordenar, Filipa Roseta (PSD), Beatriz Dias (BE), António Filipe (PCP), Ana Rita Bessa (CDS-PP), Nélson Silva (PAN), Mariana Silva (PEV) e João Cotrim Figueiredo (Iniciativa Liberal). Também fazem parte do grupo as deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira (ex-Livre) e Cristina Rodrigues (ex-PAN). Só o Chega fica, portanto, de fora.
Este grupo de trabalhado terá também a participação de dois elementos da família de Aristides de Sousa Mendes e de representantes das entidades públicas que, por decisão dos deputados, venham a ser envolvidas neste programa.