O antigo presidente do INEM e ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa vai ficar em prisão preventiva. Luís Cunha Ribeiro vai aguardar julgamento na cadeia.
Cunha Ribeiro foi detido na terça-feira no âmbito da investigação à venda de plasma aos hospitais, na chamada operação “O Negativo”. O arguido é suspeito dos crimes de corrupção activa e passiva e branqueamento de capitais e recebimento indevido.
Na quinta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou ter sido emitido um Mandado de Detenção Europeu (MDE), em nome do antigo administrador da Octapharma, Paulo Lalanda e Castro, no âmbito desta investigação, resultando na sua detenção, na Alemanha.
A PGR precisou que "a detenção, em cumprimento desse pedido de cooperação judiciária internacional, ocorreu (...) na cidade alemã de Heidelberg".
Na véspera, Paulo Lalanda e Castro apresentara a demissão de todas as funções que desempenhava na Octapharma, ao conselho de administração da empresa, segundo comunicado da farmacêutica.
Na sexta-feira, o advogado de Lalanda e Castro na Operação Marquês, Ricardo Sá Fernandes, apresentou um requerimento no DIAP de Lisboa, a solicitar a revogação do mandado, por forma a permitir que aquele regresse em liberdade a Portugal, para depor no inquérito em causa.
No inquérito, estão a ser investigadas suspeitas de que Lalanda e Castro e Cunha Ribeiro, que estava ligado a procedimentos concursais públicos na área da saúde, terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a Octapharma.
No âmbito deste processo, foram igualmente constituídos arguidos um representante da Associação Portuguesa de Hemofilia e dois advogados, um dos quais Farinha Alves.
As detenções verificaram-se depois de realizadas mais de 30 buscas em estabelecimentos oficiais relacionados com a saúde, incluindo o Ministério e INEM, duas buscas em escritórios e locais de trabalho de advogados e outras em território suíço.
Os factos em investigação ocorreram entre 1999 e 2015 e os suspeitos terão obtido vantagens económicas que procuraram ocultar, em determinadas ocasiões, com a ajuda de terceiros.
Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.
Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ.