Syriza vence na Grécia... Refugiados perdem na Hungria
22-09-2015 - 12:09
 • Anabela Góis

Dois temas dividem o protagonismo nas primeiras páginas dos jornais desta terça-feira: as eleições na Grécia e a crise migratória.

O “Diário de Notícias” escreve em manchete “Primeiro-ministro húngaro autoriza Exército a disparar sobre refugiados”. Uma medida do Governo de Viktor Orbán, que autoriza a colocação de militares nas fronteiras, com luz verde para disparar.

O “Público” diz que a “União Europeia desiste das quotas obrigatórias para refugiados”. A “nova versão do plano Juncker prevê que sejam os Estados a decidir quantos refugiados vão realojar”. No “Correio da Manhã”, “Hungria mobiliza exército” para as fronteiras com a Sérvia e a Croácia para evitar entrada de ilegais no país.

A reunião de hoje dos ministros do interior dos 28 está em destaque no espanhol “El Pais” que escreve: “União Europeia altera distribuição de refugiados para excluir a Hungria”. O “El Mundo” acrescenta que “União Europeia assume que terá de mudar o seu plano de repartição de refugiados”.

O “The Guardian” diz que os ministros europeus se reúnem para resolver o problema dos refugiados enquanto os países da Europa central resistem às quotas. O “Daily Telegraph” avança que “há imigrantes a entrar na União Europeia com passaportes falsos”.

De volta ao DN, a reacção do antigo ministro grego das Finanças à vitória do Syriza: Varoufakis diz que o grande vencedor foi a própria troika. O “Diário Económico” diz que as eleições gregas ameaçam atrasar a primeira avaliação da troika. Os trabalhos devem derrapar e com eles também a discussão sobre o alívio na dívida”.

No “Correio da Manhã”, o título “Memorando é para cumprir” legenda a fotografia do primeiro-ministro grego, ontem empossado para mais um mandato, a apertar a mão ao parceiro de coligação.

O “La Razón” liga as eleições na Grécia à crise migratória e conclui que os “neonazis duplicaram os votos nas ilhas de Kos e Lesbos sobrecarregadas de refugiados”.

No francês “Le Fígaro”, merecem destaque as declarações de Laurent Fabius. O antigo ministro francês dos Negócios eEtrangeiros diz que “A crise dos refugiados põe em causa os fundamentos da Europa”.

Por cá, destaque para uma outra história no “Público”, que dá conta que, em Portugal, uma em cada seis empresas de saneamento não cumpre critérios que dão acesso a verbas da União Europeia.

Um outro tema na primeira do “Económico”: “Escândalo da Volkswagen nos Estados Unidos leva Bruxelas a abrir investigação”. A decisão da Comissão Europeia segue-se à descoberta de que o grupo estava a usar um software que ocultava os valores reais de poluição gerados pelos motores a gasóleo da Audi e da Volkswagen.

No italiano “Il Giornale”, destaca-se o título “Audi e Volkswagen Kaputt”. Depois do escândalo nos Estados Unidos, a marca corre o risco de pagar uma multa de 18 mil milhões.

O mesmo assunto está no “i” que escreve “gigante alemão treme depois de ter sido apanhado o falsear dados” e no “Negócios” que adianta “manipulação de testes deixa ações da Volkswagen a deitar fumo na bolsa”.