Armindo Monteiro, eleito esta quinta-feira presidente da Confedeção Empresarial de Portugal (CIP) com 87% dos votos, critica a forte carga fiscal sobre os trabalhadores que, diz, só beneficia o Estado.
"Enquanto a fiscalidade sobre as famílias não for reduzida, efetivamente quem está neste momento a prosperar em Portugal nem são as famílias, nem são as empresas, são as contas públicas", sublinha em declarações à Renascença.
O novo presidente da CIP acusa ainda o Governo de não tratar todos os trabalhadores por igual, em referência ao último pacote de ajudas às famílias que o executivo de António Costa anunciou face ao aumento do custo de vida.
"Não se pode pôr portugueses contra portugueses, todos nós esperamos que o Governo não faça distinção entre aqueles que trabalham na administração pública e os que trabalham nas empresas privadas. Não compreendemos o tratamento desigual", destaca Armindo Monteiro.
Para "o Estado efetivamente ajudar" os portugueses, "é absolutamente imprescindível a remoção fiscal sobre as famílias" na forma do IRS, defende.
O novo representante dos patrões deixa também críticas ao IVA Zero num cabaz de bens alimentares essenciais, defendendo que a forma de apoiar face ao aumento dos preçospassa por "transferências financeiras para as famílias que necessitam e que possam elas próprias escolher a dieta alimentar que entendem".
"Não achamos que deva ser o Estado a escolher que produtos devem ser consumidos ou não."
Sobre a sua eleição esta tarde, com 87% dos votos, substituindo António Saraiva depois de 13 anos à frente da CIP, Armindo Monteiro diz que sinaliza que os empresários estão claramente a defender menos Estado na economia.
"Quando é necessário fazer um manifesto eleitoral em que aquilo que se pede é que o Estado não seja tão omnipresente e omnipotente na Economia, e isto tem a adesão tão expressiva como teve dos associados, é um motivo de responsabilidade."