50 milhões de passivo acumulado; dívidas a fornecedores em torno dos 5 milhões que, acusa o chefe da empresa, não estavam inscritas na Due Diligence, no processo de aquisição do Grupo.
Esta quarta-feira mais uma greve que paralisou a rádio (TSF) e todas as publicações da empresa (DN, JN, Jogo); O CEO, José Paulo Fafe, o ex-proprietário, Marco Galinha, ainda com interesses no Grupo, e o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, foram ouvidos na Comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto; Marcelo pediu medidas, mesmo um pacto de regime para o sector; Ana Sá Lopes, no Público deste domingo, reclama a nacionalização da Global Media. Pedro Norton, também no Público, explica que o problema é mais fundo: “o jornalismo deixou de ser um negócio”.
É desejável não confundir a árvore com a floresta. Os problemas da Global Media não são da mesma natureza que as dificuldades que os Media portugueses, no seu conjunto, atravessam. São mesmo, em larga medida, diferentes. Neste caso, aparentemente, trata-se de incapacidade de avaliação dos ativos adquiridos que, de resto, já vinham em queda livre, e das consequências da ação da “gestão anterior [que] foi danosa”, acusação produzida no Parlamento pelo CEO em funções. Que não tem dúvidas: “o negócio não é rentável”.
A ser assim, fica já aqui, em antecipação, um primeiro enigma, um grande enigma: se o negócio era um mau negócio porque é que se meteram nele?