A agência de notação financeira Moody's melhorou o rating de Portugal em dois patamares, de "Baa2" para "A3", numa altura em que o país atravessa uma crise política após a demissão do primeiro-ministro, António Costa, na sequência da Operação Influencer.
O rating da dívida da República Portuguesa atinge o melhor registo desde 2011, assinala o Ministério das Finanças.
A Moody's destaca os efeitos positivos no médio prazo de “uma
série de reformas económicas e orçamentais, a desalavancagem do setor privado e o continuado
fortalecimento do setor bancário”.
No comunicado em que anuncia a subida do rating, a agência faz uma referência à crise política em Portugal, na sequência da Operação Influencer.
"As investigações de corrupção resultaram na demissão do Primeiro-Ministro António Costa, na sequência da qual o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa convocou eleições antecipadas. Embora até agora haja provas de que as instituições de Portugal permitem que o país resolva a questão de forma eficaz, estes desenvolvimentos políticos podem retardar o progresso no investimento e nas reformas ligadas ao PRR de Portugal", refere a Moody's.
A agência adverte que "as perspetivas mais positivas em termos de robustez económica e orçamental que a Moody's atualmente tem são contrabalançadas pelas recentes evidências de riscos políticos".
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
António Costa é alvo de um inquérito no Ministério Público (MP) junto do Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo que investiga tráfico de influências no negócio de um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo tido intervenção para desbloquear procedimentos.