O Centro Missionário Arquidiocesano de Braga (CMAB) vai enviar para a Diocese de Pemba, em Moçambique, o fruto da campanha “Juntos por Cabo Delgado”, num total de 54.924,50 euros.
“É tempo também de agradecer a todas as pessoas e instituições que se ligaram a esta causa e que contribuíram para ela com oração, doação e divulgação”, indica o CMAB, em comunicado.
A campanha tem como objetivo apoiar cerca de meio milhão de pessoas deslocadas que fogem das suas aldeias, porque estão a ser atacadas por grupos fundamentalistas.
De acordo com o bispo de Pemba, D. Luiz Lisboa, os deslocados chegam a Pemba, a capital da Província, e a outros locais sem o essencial para viverem e estão a ser apoiados pela diocese e pela cáritas diocesana.
“Infelizmente a guerra não acabou e as suas consequências ainda irão durar muitos anos”, nota o CMAB, indicando que, “desde o início desta campanha, em setembro, que o número de deslocados internos na província duplicou”.
Neste contexto, a campanha solidária “Juntos por Cabo Delgado” vai manter-se, “enquanto houver pessoas generosas para contribuir, a rezar e a ligarem-se a esta causa, para que ela não seja esquecida”.
O Centro Missionário Arquidiocesano de Braga informa que, em breve, será lançada uma “recolha de bens, solicitados pela Diocese de Pemba”, e apela à colaboração e solidariedade de todos.
A campanha solidária “Juntos por Cabo Delgado” foi realizada pela Arquidiocese de Braga, através do CMAB, com a parceria de diversas instituições e organizações – Cáritas Portuguesa, Fashion Education One Work, Infância Missionária de Balasar, LIAM, Leigos Boa Nova, Associação Regina Mundi, Missionários Combonianos, Missionários do Espírito Santo, Missão (A)mares, Mosaico, Mundo Posible, O melhor de nós, Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus – Dehonianos, Rosto Solidário e Sociedade Missionária da Boa Nova – e a Diocese de Pemba.
A Diocese de Pemba abrange o território de Cabo Delgado, onde, ao longo dos últimos anos se tem verificado atividade terrorista, de natureza jihadista, e que se tem agravado substancialmente ao longo dos últimos meses.
Centenas de pessoas já morreram e milhares estão deslocadas, devido à ação de um grupo fundamentalista islâmico do qual pouco se sabe ao certo, mas que terá ligações ao autoproclamado Estado Islâmico.
A violência está a provocar uma crise humanitária com mais de 2.400 mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.