Empenhado na reedição da geringonça versão 2.0, o Bloco de Esquerda (BE) vai insistindo em recuperar o legado desse governo que, entre 2015 e 2019, uniu a esquerda. Foi, esta sexta-feira, à Covilhã fazer isso mesmo: apontar a recuperação da ferrovia e da linha da Beira Baixa como um dos exemplos do trabalho bem feito pela geringonça e dizer que “é preciso fazer mais”.
“Há coisas boas em Portugal e, quando há investimento, o país avança”, apontou Mariana Mortágua lembrando que, quando a geringonça foi criada “o plano da direita era de destruição da ferrovia”. Uma ideia já defendida pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos que, esta quinta-feira, também dedicou o dia à ferrovia.
E, enquanto, não há uma afirmação taxativa de Pedro Nuno Santos sobre um possível acordo de Governo para depois de 10 de março, o BE vai tentando cativar os desiludidos da maioria socialista. Para isso, tem contado com os percalços da Aliança Democrática.
Depois de Passos Coelho ter causado polémica ao associar imigração a segurança, e do dirigente do CDS, Paulo Núncio, ter feito o mesmo com o aborto, foi a agricultura a servir de mote para mais uma declaração polémica: o candidato da AD por Santarém, Eduardo Oliveira e Sousa, negou as alterações climáticas. E, de polémica em polémica, o Bloco vai colando, dia após dia, a campanha da Aliança Democrática à extrema-direita.
“A cada dia que passa Luís Montenegro vai tendo de esconder alguns candidatos que vão deixando entrar ideias que, na realidade, pertencem ao Chega”, insiste Mariana Mortágua que, praticamente desde o inicio da campanha eleitoral, coloca AD e o partido de André Ventura no mesmo saco.