As autoridades de saúde da China aumentaram para 571 o número de pessoas infetadas com o novo tipo de coronavírus, que já causou 17 mortes, informou a agência de notícias estatal Xinhua.
Na quarta-feira, as autoridades tinham registado 131 novos casos.
Até ao momento, os serviços de saúde chineses acompanham 5.897 pessoas que mantiveram contato próximo com pacientes infectados e, dessas, 4.928 estão em observação.
A Comissão Nacional de Saúde da China tinha já alertado que este novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infeções respiratórias em seres humanos e animais, "pode sofrer mutações e espalhar-se mais facilmente". O período de incubação do vírus pode estender-se até 14 dias.
Fora da China continental, foram confirmados casos da doença em Macau, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Japão, Tailândia e Estados Unidos.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Wuhan, capital da província central de Hubei, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.
O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais.
Entretanto, Macau cancelou as celebrações do ano novo chinês devido ao coronavírus. Uma decisão tomada no dia em que foi identificado um segundo caso no território.
Em Roma, o aeroporto de Fiumicino já começou a isolar os passageiros provenientes da cidade chinesa de Wuhan.
Comité de Emergência da OMS volta a reunir-se
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional o surto de um novo coronavírus na China.
Formado por especialistas de diversos países, incluindo epidemiologistas chineses, o Comité de Emergência da OMS reuniu-se na quarta-feira sem chegar a um consenso sobre a matéria.
A emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas preventivas a nível mundial e foi declarada para as epidemias da gripe H1N1, em 2009, dos vírus Zika, em 2016, Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018, e pólio, em 2014.
Portugal já fez acionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse na quarta-feira a diretora-geral de Saúde (DGS). Foram ativados os protocolos estabelecidos para situações do género, reforçando no Serviço Nacional de Saúde a linha Saúde 24, através do número 800242424, e a linha de apoio médico, para triagem e evitar que em caso de eventual contágio as pessoas não encham os centros de saúde e as urgências dos hospitais.
Estes casos alimentaram receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.