A utilização de João Palhinha no clássico entre Sporting e Benfica não foi irregular, mas abre um precedente grave, na opinião de Lúcio Correia, especialista em direito do desporto, recordando que para a FIFA e para a UEFA, neste tipo de casos prevalece a decisão do árbitro.
"Se não existe um erro clamoroso na aplicação das regras de jogo ou ato de corrupção, a decisão do árbitro não pode ser impugnável pelos meios judiciais. Apesar de o árbitro se ter enganado, como qualquer outro agente desportivo, é um erro apenas desportivo e não me parece que fosse merecedora de impugnação", diz, em Bola Branca.
João Palhinha viu o quinto cartão amarelo da época no desafio com o Boavista, da jornada anterior à do dérbi com o Benfica, e suspenso por um jogo pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
No próprio dia do encontro entre os dois rivais de Lisboa, o Tribunal Central Administrativo do Sul aceitou uma providência cautelar para despenalizar o jogador dos leões, que acabou por ser convocado por Ruben Amorim e por entrar na partida já no decorrer da segunda parte.
Palhinha ainda pode cumprir castigo
Lúcio Correia explica que a utilização do jogador por parte do Sporting frente ao Benfica não foi irregular, mas sublinha que Palhinha poderá ter de cumprir um jogo de suspensão, porque a decisão do Conselho de Disciplina foi suspensa e não anulada.
"Vivemos uma situação de impasse. A decisão do tribunal foi de suspensão do castigo. A meu ver, não é uma situação de irregularidade na sua utilização, mas não ouviu ainda o interesse do Benfica em alegar essa ilegalidade. Estas providências cautelares são normais na justiça desportiva e é algo completamente banal", termina.
Palhinha começou o dérbi no banco e entrou em campo na segunda parte, no jogo em que o Sporting venceu por 1-0, com golo de Matheus Nunes aos 92 minutos.