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O PSD está disponível para ajudar o país, mas o Governo não dá a devida importância às propostas sociais-democratas, queixa-se Adão Silva.
Em entrevista à Renascença e ao jornal Público deixa o aviso: no momento de “aflição” todos são importantes.
Como viu o acórdão do Tribunal Constitucional sobre a lei da eutanásia?
Foi muito importante que o TC interviesse neste processo. É uma matéria de grande sensibilidade. O Presidente da República fez bem em pedir a fiscalização do decreto. No PSD, não iremos apresentar qualquer proposta. O PSD terá aí a mesma liberdade de voto que teve até aqui.
Paulo Rangel voltou a exigir o referendo. PSD dará seguimento?
O PSD, para já, não encara essa possibilidade.
Como responde a quem critica e lamenta que o PSD não faça uma oposição mais ativa?
Nesta circunstância, é muito difícil fazer uma oposição muito mais ativa do que aquela que o PSD está a fazer. Rui Rio tem uma atitude muito ponderada, muito prudente, porque, perante uma situação tão agreste e violenta como a que decorre da pandemia, a última coisa que nos podia acontecer era haver uma turbulência brutal. Uma oposição que faça muito sangue, muito ruído e produza muita gritaria é completamente inadequada neste momento. No que tem a ver com as medidas para o país se reabilitar, embora o Governo não nos tenha ligado nada - o que é uma coisa extraordinária -, nós apresentámos oportunamente várias medidas. O Governo está a ter uma certa falta de sentido de Estado face à circunstância que o país vive.
O Governo devia aproveitar melhor as propostas do PSD?
Absolutamente. O Governo não deve excluir ninguém num momento destes.
O PCP até veio acusar o Governo de se aliar ao PSD para votar propostas do PCP.
Isso é o PCP a falar, não é uma coisa que nos interesse. O que nos interessava é que no momento em que chega o dinheiro da UE - que está, aliás, muito atrasado, Portugal corre o risco de passar a presidência sem ter a capacidade de pôr no terreno um cêntimo sequer oriundo da tal bazuca -, o Governo lançasse mão também das nossas propostas. O Governo olha com sobranceria para as nossas propostas, não as incorpora no seu Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Há uma falta de perceção de que num momento de aflição todos são importantes.
Num momento de aflição, como diz, o PSD pode ajudar o Governo a concluir esta legislatura ou pelo menos a ultrapassar a pandemia?
Nós não estamos a ajudar o Governo. O PSD ajuda o país.
Com a crise que se pode agravar, isso pode precipitar eleições legislativas antecipadas?
Eu não ia especular sobre isso.