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“Desânimo, incompreensão e até conflitualidade na entrada” dos cinemas. É o cenário que a Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas (APEC) descreve em resultado das novas medidas decretadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) para o acesso às salas de cinema.
A associação que representa a maioria dos exibidores lamenta que, “em momento algum destes dois anos de pandemia”, tenha sido “chamada a pronunciar- se ou sequer a ser ouvida sobre as medidas ou sucessivas restrições que o Governo veio a impor à sua atividade”.
Em comunicado enviado à Renascença, os exibidores acusam o Governo de fazer “tábua morta” das suas “diversas exposições”. As críticas estendem-se também à Direção-Geral da Saúde (DGS) – a APEC lamenta que as orientações tenham sido alteradas duas vezes.
“As últimas medidas restritivas foram extraordinariamente impactantes na atividade de exibição cinematográfica, pois criam a sensação de que ir a um cinema é potencialmente mais arriscado do que ir a um restaurante, Bingo ou Casino (menos restritivas)”, refere a APEC no comunicado.
Os exibidores de cinema indicam que “têm feito um esforço extraordinário por forma a preparar as suas equipas” para seguir as normas, mas “com este ritmo e a pouca margem temporal para as implementar está a ficar tremendamente complicado”, apontam.
No que respeita ao público, a APEC diz que as orientações da DGS têm criado “entropia”. “Chegámos ao ponto em que, para os clientes, é praticamente inviável saber o que precisam, quando e de que forma para poder entrar nos cinemas”, criticam os exibidores.
“Já existem bilhetes comprados…clientes que não conseguem comprar/fazer testes para poder aceder aos espaços…clientes que viram na televisão que era suficiente o certificado…etc… Todas estas entropias levam a desânimo, incompreensão e até conflitualidade na entrada dos espaços, que têm que ser resolvidas por quem unicamente os quer receber bem e proporcionar uma fantástica experiência de ida ao cinema”, descreve a APEC.
O setor levanta ainda outra questão. “Os cinemas são lugares seguros, amplos, bem arejados, ao contrário de outras atividades onde as restrições são muitíssimo menores”, dizem os exibidores, que se interrogam: se é necessário teste negativo para entrar numa sala, então por que razão não é permitido o consumo dentro dos cinemas? Os exibidores alegam que está criada “uma bolha de segurança”.
Em 2019, os cinemas portugueses tiveram 15 milhões de espectadores. Ontem mesmo (quinta-feira), a Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais revelava que, só em dezembro de 2021, já se verificou uma quebra de 74% na venda de bilhetes, fruto das medidas impostas no acesso às salas de cinema.