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O debate sobre a eutanásia ou sobre “morte assistida” não pode ser político e também não é religioso, defende o neurologista Alexandre Castro Caldas, director do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica Portuguesa.
Em declarações à Renascença, Castro Caldas diz que todos os assuntos devem ser discutidos, mas é preciso ponderar a oportunidade e a forma da discussão.
“Sinto um certo sentido de politização deste tema, que me parece bastante absurdo. Este é um tema que tem a ver com a vida humana que não tem nada de político e não tem de haver partidos a uns dizer que sim outros a dizer que não por razões políticas”, afirma o neurologista.
Para Alexandre Castro Caldas, o grande problema é o que é colocado pela Associação Americana de Medicina: deve-se ou não ensinar os profissionais de saúde a ajudar as pessoas a terminar com a vida? “Isso não é tradição da profissão dos médicos ou dos enfermeiros, a tradição é dar o maior bem-estar às pessoas e a melhor qualidade de vida às pessoas”, responde este especialista para quem a questão da vida não é política, nem religiosa.
“Por mais que os cientistas queiram andar a dizer o que é a vida, nós não temos nenhuma pista segura do que é a vida, como é que começa e como é que se prolonga e o que é que fez com que houve vida na terra. Isto também não tem nada a ver com a religião, tem a ver com aspectos bioquímicos e da biologia básica”, afirma o directo do ICS da Católica.