A Grécia recusa tornar-se o "Líbano da Europa" e ficar no seu território com milhões de migrantes e refugiados, em declarações proferidas em Bruxelas pelo ministro das Migrações grego.
Falando antes de uma reunião de ministros europeus da Justiça e do Interior criticou o que chamou de "acções unilaterais" tomadas por outros países da União Europeia que afectam o seu país.
"Um grande número [de países] aqui reunido tentará discutir como lidar com uma crise humanitária na Grécia que eles próprios tencionam criar", afirmou Yannis Mouzalas aos jornalistas, esta quinta-feira.
O governante reforçou que "a Grécia não aceitará acções unilaterais" e que também as pode tomar.
"A Grécia não aceitará tornar-se o Líbano da Europa, um armazém de pessoas, mesmo com fundos europeus", declarou.
Em protesto por ficar de fora da reunião desta quarta-feira, entre a Áustria e países dos Balcãs, a Grécia chamou o seu embaixador em Viena.
Quatro milhões de pessoas fugiram da guerra civil na Síria para os países vizinhos, segundo as Nações Unidas, que contabiliza um milhão de refugiados no Líbano.
A Grécia é o principal ponto de entrada de migrantes na União Europeia, a maior parte deles atravessando o Mar Egeu para chegar às ilhas gregas.
Atenas tem sido atacada por alegadamente deixar passar os migrantes para o resto da Europa, mas criticou a resposta dos parceiros europeus à crise.
Yannis Mouzalas criticou particularmente os países dos Balcãs, que na quarta-feira acordaram uma série de medidas de controlo de fronteiras que afectam a Grécia.
O balanço recente da Organização Internacional das Migrações (OIM) revela que mais de 110 mil migrantes e refugiados alcançaram a Grécia e a Itália desde o início do ano. O relatório contabiliza 97.325 pessoas que chegaram às ilhas gregas e 7.507 a Itália.
[notícia actualizada às 17h55]